Embora tanto a higiene
adequada das mãos como a limpeza do
ambiente sejam essenciais para as estratégias de prevenção da infecção nos serviços
de saúde, avaliar o efeito de cada uma das estratégias é importante para que os
hospitais e outras instituições prestadoras de cuidados poderem alocar recursos
convenientemente.
Um estudo recentemente publicado “Preventing the transmission of multidrug-resistantorganisms: modeling the relative importance of hand hygiene and environmentalcleaning interventions.” afirma que "são necessários
esforços e recursos significativos para melhorar a aderência em qualquer uma
destas áreas,". "Quando as instalações de saúde estão a investir os
seus recursos limitados nas estratégias de prevenção da infecção, seria útil
saber qual a estratégia que é provável que tenha o maior impacto na prevenção
da transmissão."
Para encontrar a resposta, os investigadores desenvolveram
um modelo de transmissão da infecção através das mãos dos profissionais de
saúde colonizados e dos quartos com uma limpeza incompleta numa Unidade de
Cuidados Intensivos (UCI). Enfermeiros e médicos tinham níveis de adesão à
higienização das mãos distintas. Os investigadores simularam 175 cenários e
compararam os efeitos da mudança da taxa de higiene das mãos e da taxa de
limpeza ambiental sobre a transmissão de Acinetobacter
baumannii, Staphylococcus aureus methicillin-resistant e enterococos resistentes
à vancomicina.
Eles descobriram que aumentar a adesão à higienização
das mãos superava os aumentos iguais na perfeição da limpeza dos quartos - um aumento de 10% na conformidade da higiene
das mãos e um aumento de 20% na limpeza rigorosa dos quartos teve o mesmo
efeito sobre a redução da transmissão dos organismos.
Assim, aumentar a taxa de cumprimento da higiene das
mãos deve ser importante para as instalações com taxas atuais de conformidade baixa.
No entanto, "a limpeza do meio
ambiente pode ter um benefício
significativo para os hospitais ou unidades individuais que têm níveis de
conformidade para a higiene das mãos alta ou uma taxa baixa no rigor de
limpeza."
A tudo isto não é certamente alheia a nova campanha
do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos
Antimicrobianos – A Campanhadas Precauções Básicas de Controlo de Infeção - CPBCI lançada a 5 de Maio de 2014, integra o módulo da Higiene das Mãos que
já está em curso desde 2009, ao qual se irão sendo acrescentados os outros
componentes das Precauções Básicas. Estão previstos para 2014 e 2015, a
abordagem a dois componentes: o Uso de
Luvas e a Higiene e controlo
ambiental. Em 2015 e posteriormente, irão sendo integrados os restantes
componentes.
Fernando Fausto M. Barroso
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