sábado, 27 de fevereiro de 2021

DGS inicia trabalhos para o Plano Nacional para a Segurança dos Doentes (2021-2026) | #SD411


A DGS divulgou a seguinte informação:


A Direção-Geral da Saúde (DGS), através do Departamento da Qualidade na Saúde (DQS), iniciou os trabalhos para o novo Plano Nacional para a Segurança dos Doentes (PNSD) 2021-2026, dando continuidade a este projeto de melhoria contínua da segurança do doente, dos profissionais de saúde e, consequentemente, do SNS. 

De forma a apoiar e acompanhar o processo de elaboração do PNSD 2021-2026, a DGS estabeleceu uma parceria com a Escola Superior de Enfermagem de Lisboa e com a Escola Nacional de Saúde Pública, tendo constituído um grupo de trabalho consultivo. 

Pretende-se que este seja um processo conjunto com os diferentes parceiros da saúde, e que daqui resulte um PNSD integrador e agregador que dê resposta às necessidades concretas da Saúde. 

O PNSD 2021-2026 será apresentado em 2021. 

Recorde-se que o Plano Nacional para a Segurança dos Doentes (PNSD) 2015-2020 foi apresentado em 2015, encontrando-se em fase de avaliação. 

#NovoPNSD2021-2026

DGS inicia trabalhos para o Plano Nacional para a Segurança dos Doentes (2021-2026)

Esta é uma excelente noticia, embora tenha a certeza que, em inúmeras Instituições de Saúde e por parte de muito profissionais de saúde, o Plano Nacional para a Segurança dos Doentes 2015-2020 nem sequer era discutido ou mesmo conhecido.

Que venha pois o novo plano, renovado, adaptado à nossa realidade e aos novos desafios da Pandemia.

Cá estarei para o divulgar e discutir, fazendo da Segurança do Doente o meu dia-a-dia.

Fernando Barroso

UM DIA SERÁS TU O DOENTE!

#segurancadodoente

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Um Mural em Acrílico para Melhorar a Comunicação com o Doente | #SD410

 

Quando melhoramos a comunicação com o Doente estamos também a melhorar a Segurança do Doente, e são muitas as formas que podemos usar para melhorar essa comunicação

Ao fazê-lo, não devemos esquecer que relativamente ao nível da literacia em saúde no âmbito da promoção da saúde, 51% da população (...) apresenta um nível de literacia entre o problemático e o inadequado (Fonte: ILS-PT, 2014, CIES-IUL/Fundação Calouste Gulbenkian e HLS-EU Consortium (2012)).

Assim, é importante escolher múltiplas formas de comunicação para conseguirmos atingir o nosso objetivo - Comunicar eficazmente com o Doente

A comunicação vertical continua a ter uma expressão importante na forma como comunicamos com os doentes nas instituições de saúde.

Hoje partilho a forma como, no Serviço de Consultas Externas do Centro Hospitalar de Setúbal, Hospital de São Bernardo, transformámos uma parede com informação estática, num mural que permite grande mobilidade da informação sem qualquer esforço.

Começámos com uma parede, junto do principal ponto de passagem do serviço, em que a informação estava "literalmente aparafusada à parede"

Digamos que no mínimo era "difícil" de renovar.


Convidamos a responsável pelo Gabinete de Comunicação do CHS (Dr.ª Sónia Silva) para discutir uma ideia:

- Como transformar esta parede (por onde passam todos os doentes que tem uma consulta no hospital) num ponto de informação apelativo e fácil de renovar?

O resultado:

Um quadro acrílico com bolsas em acrílico de tamanho A4 e A3 de fácil substituição.

E este foi o resultado final.


Com este quadro com bolsas de acrílico, é muito fácil substituir toda a informação ou apenas parte dela e conjugar diferentes mensagens.

Podemos divulgar informação institucional ou por diferentes temáticas.

Podemos divulgar informação centrada num único tema ou dia específico.

O limite será a nossa imaginação.


O que achas desta ideia?

Que formas de comunicação utilizas para comunicar com os teus doentes?

Que informações sugeres que sejam colocadas neste espaço? 

Adorava saber as tuas sugestões.


Fernando Barroso

UM DIA SERÁS TU O DOENTE!

#segurancadodoente

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Fadiga do Alarme | #SD409

 


A “fadiga do alarme”, que pode levar à dessensibilização e ameaçar a segurança do doente, é particularmente preocupante em ambientes de cuidados intensivos.

Esta revisão sistemática concluiu que a “fadiga do alarme” pode ter consequências graves para os doentes e para a equipa de enfermagem.

Os estudos incluídos relataram que os enfermeiros consideraram os alarmes pesados, muito frequentes, interferindo no cuidado prestado ao doente e resultando em desconfiança no sistema de alarme.

Essas descobertas apontam para a necessidade de uma estratégia para gestão de alarmes e medição da fadiga do alarme.

Artigo original - Impact of Alarm Fatigue on the Work of Nurses in an Intensive Care Environment—A Systematic Review

Fernando Barroso

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#segurancadodoente

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

10º Aniversário do Blog - Segurança do Doente | #SD407


O Blog “Segurança do Doente” completa hoje o seu 10º Aniversário.

Ao longo destes 10 anos, foram publicados mais de 400 artigos em que a segurança do doente e dos profissionais esteve sempre, de uma ou de outra forma, presente.

Sempre trabalhei para ser fiel ao seu lema - Aprender, Partilhar, Informar.

É muito gratificante perceber, através das mensagens dos leitores do blog que vou recebendo nos comentários, por email e mesmo presencialmente, que este projeto teve um verdadeiro impacto na segurança dos doentes através da informação simples e direta que tenho vindo a partilhar com todos aqueles que querem melhorar a segurança dos seus doentes.

Sei que o blog é lido por milhares de pessoas, e o registo de acessos ultrapassa largamente um milhão de visitas até agora.

Nestes 10 anos tratei múltiplos aspetos da segurança do doente, chamando a atenção para as melhores práticas, para a forma simples de “fazer”, e para o importante papel de profissionais e doentes.

Também falei das dificuldades, dos erros e dos incidentes de segurança em que todos nos envolvemos e de como podemos e devemos aprender com eles.

Abordei a importância da formação nesta área e de como esta é essencial e deve ser repetida uma e outra vez, já que é tão fácil esquecer o básico.

Estrutura Concetual da Classificação Internacional sobre Segurança do Doente define a Segurança do Doente como a redução do risco de danos desnecessários relacionados com os cuidados de saúde, para um mínimo aceitável.

Passados 10 anos de muitas e importantes conquistas, vivemos atualmente um momento critico e marcante da nossa vida coletiva – A pandemia de COVID-19.

Em todas as instituições de saúde, grandes ou pequenas, em praticamente todo o mundo, os profissionais de saúde lutam contra um vírus terrível e contra os nossos próprios medos.

Não são apenas os doentes que morrem sem que muitas vezes nada seja possível fazer por eles. Somos também nós profissionais que sofremos diariamente o seu impacto. No fim do dia, TODOS TEMOS MEDO de que também nós possamos perder esta batalha.

Demasiadas vezes estamos perante uma torrente constante de doentes (em especial os profissionais dos Serviços de Urgência) para os quais não há, por vezes, resposta. Mas todos os dias se fazem milagres.

As Unidade de Cuidados Intensivos multiplicam a sua capacidade muito para além das recomendações de boas práticas. E todos os dias salvam vidas.

Os Serviços de Internamento reinventam-se e readaptam a sua função às novas exigências. E com isso vão dando esperança.

Os profissionais de saúde transformam-se, reinventam-se e readaptam-se a novas realidades e a novos conceitos. Apesar do seu esforço e de uma dedicação inquestionáveis, são já visíveis as consequências físicas e psicológicas em muitos de nós. As marcas vão ficar para o resto das nossas vidas. Todos estamos a pagar um preço muito alto.

E todos os dias nos pedem um pouco mais, mais um esforço, muitas vezes sem se perceberem que para muitos dos profissionais esse pedido já não terá resposta.

E dói muito perceber a perda, sentir que muitos de nós – com quem nos habituámos a trabalhar e a rir - já não vão voltar.

Para os que ficam, no dia a dia, resta-nos (com o empenho de sempre) trabalhar em prol da segurança do doente que está, naquele momento, há nossa responsabilidade, e garantir a sua segurança reduzindo o risco de danos desnecessários relacionados com os cuidados de saúde que lhe estou a prestar, a um mínimo aceitável.

Também eu, passados mais de 17 anos, regressei por estes dias à prestação direta de cuidados. Sinto que em cada técnica, em cada gesto, em cada toque, em cada palavra, eu posso e vou fazer a diferença, pelo menos para aquele doente à minha frente, naquele momento.

Bem hajam a todos os que fazem da “segurança do doente” o seu lema diário.

Fernando Barroso

UM DIA SERÁS TU O DOENTE!

#segurancadodoente