segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Desafios da integração de um novo Gestor de Risco | (#SD373)

Hoje comecei a integrar um colega como GESTOR DE RISCO clínico no Grupo de Indicadores, Auditoria e Risco Clínico (GIARC).

Há dias em que nos sentimos felizes e não sabemos bem porquê. Eu hoje estou feliz e sei bem o motivo.

Este é um enorme desafio, quer para mim quer para o colega (obrigado Luís Caldas por abraçares este projecto).

É verdade que temos construída e publicada uma descrição de funções que em breve iremos rever em conjunto e reconstruir na medida do que for necessário.

Também é verdade que "entrar na carruagem" já em andamento tem aspecto positivos, mas também encerra desafios dos quais ainda não nos apercebemos.

Permitam-me socorrer-me de parte do texto da dissertação de Mestrado em Gestão de Serviços de Saúde de Vânia Gonçalves, intitulada "Gestão do risco nas organizações de saúde: percepção dos profissionais face ao papel do gestor de risco".

Escreve a autora sobre o Gestor de Risco:
"A aplicação de um programa de gestão de risco implica a constante presença de um supervisor experiente e conhecedor de todo o seu processo de implementação, profissional esse que é designado por Gestor do Risco. Mas quais são as suas áreas de saber, quais as suas competências e valências enquanto profissional responsável?

Inicialmente, um gestor de risco focava a sua atenção apenas ao nível da detecção e identificação dos principais riscos da actividade profissional. Contudo, com o aumento das exigências e da complexidade de todo o processo, deverá não só focar a sua atenção nestes aspectos, mas também ao nível da prevenção do risco detectando áreas potencialmente perigosas não só ao nível da prestação de cuidados como ao nível da gestão, ética organizacional, aspectos económico-financeiros, entre outros.

A organização deverá ser analisada como um todo, nos seus vários níveis de actuação, adoptando-se assim uma atitude preventiva e pró-activa perante a organização.
Ou seja, a sua actuação deverá promover uma eficaz gestão dos cuidados prestados, no qual o conceito de segurança se encontra implícito, envolvendo não só os seus utentes, como também os seus profissionais, visitas e colaboradores (internos e externos). Desta forma, é possível minimizar e/ou prevenir qualquer potencial perda para a organização, potenciando-se a performance da organização de saúde.


Dada a complexidade inerente ao cargo e ao desempenho das suas funções, são múltiplas as áreas passíveis de intervenção, o que realça a multiplicidade de saberes e de conhecimentos necessários. (…). Um estudo efectuado em 1999 pela American Society for Healthcare Risk Management (ASHRM) procurou identificar as principais actividades de um gestor do risco para poder definir o corpo de conhecimentos associado, do qual resultou a identificação de seis grandes áreas de actuação: prevenção/redução das perdas, gestão das reclamações, financiamento de riscos, cumprimento da regulamentação/acreditação, operações, e bioética."

Como se percebe, ser "Gestor do Risco" encerra um conjunto de características e competências que constituem, por si só, um verdadeiro desafio. Mas a Segurança do Doente exige essa complexidade que deve estar presente na pessoa (enquanto gestor do risco) e no desenvolvimento das suas competências.

Ser gestor do risco é ser sempre, em cada momento, um curioso de novas formas de cuidar e um defensor incondicional da causa da segurança, trabalhando para prevenir e diminuir o risco associado aos cuidados de saúde.

Faremos juntos esse percurso.

Fernando Barroso

UM DIA SERÁS TU O DOENTE!

#segurancadodoente

GONÇALVES, Vânia Cristina Nunes Gomes - Gestão do risco nas organizações de saúde: percepção dos profissionais face ao papel do gestor de risco [Em linha]. Lisboa: ISCTE, 2008. Tese de mestrado. [Consult. Dia Mês Ano] Disponível em http://hdl.handle.net/10071/1513.

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