O envolvimento do doente e dos seus
familiares na prestação de cuidados de saúde, constitui-se como passo
fundamental para uma efetiva melhoria da qualidade dos cuidados prestados, bem
como da própria segurança dos doentes.
A
prestação de cuidados de saúde envolve múltiplos riscos, sejam eles ligados a fatores
do próprio doente, sejam dependentes dos procedimentos, tratamentos
administrados, instalações, etc. Daí que seja fundamental ouvir os doentes e seus familiares relativamente à sua visão dos
cuidados que estão a ser prestados, as suas preocupações e também o seu relato
sobre eventuais eventos adversos que tenham sofrido durante a prestação de
cuidados. Relativamente a este último ponto, conhecer a experiência de um
doente que sofreu algum tipo de dano, pode constituir-se como uma excelente oportunidade de aprendizagem
relativamente a eventuais falhas do sistema.
Esta mesma preocupação levou a OMS a lançar em 2005 o programa
Patients for Patients Safety (PFPS), consagrado na Declaração de Londres, na qual
expressa o seu propósito de “engage,
empower, encourage and facilitate patients and families to build and/or
participate in global network advocating for, and partnering with health
professionals and policy-makers to make health-care services safer, more
integrated and people-centred for all”.
Torna-se
assim fundamental levar a cabo uma mudança
cultural na prestação de cuidados de saúde, envolvendo de forma efetiva
o doente e seus familiares no processo, abandonando uma certa visão
paternalista que ainda vai prevalecendo.
Certamente
que esta mudança já estará em curso em
muitas unidades de saúde e que algumas medidas já vão sendo implementadas
nesse sentido.
O
Hospital de Braga pretende também fazer o seu caminho neste envolvimento ativo
do doente no processo de salvaguardar a sua segurança nos processos a que é
submetido no Hospital.
Nesse
sentido, gostaríamos de promover a partilha
experiências e receber contributos neste domínio particular da segurança do
doente.
Deixamos
assim um apelo para todos os
profissionais de saúde que possam ter experiências de envolvimento ativo do
doente na sua segurança nas suas organizações de saúde, a que partilhem
essas experiências, através de um comentário
a este post, ou enviando essa partilha directamente para o email gestao.risco@hospitadebraga.pt
- Que experiências conhece de envolvimento do Doente na sua segurança?
- Na sua opinião, quais os factores de sucesso para esse envolvimento?
Dos
contributos recebidos faremos posteriormente uma análise e partilha estruturada
(respeitando os autores e eventuais pedidos de reserva de privacidade),
contribuindo assim para o conhecimento e desenvolvimento comuns.
Paulo
Gouveia e Silvia Oliveira
Gabinete
de Gestão do Risco Hospital de Braga
Olá
ResponderEliminarOra cá está uma temática onde teremos ainda muito que caminhar...quer por parte dos doentes e das suas Organizações, quer por parte do Pessoal da Saúde, ainda algo relutante em solicitar a sua colaboração nesta área particular da Segurança do Doente.
Cumprs
Augusto
E atividades ou projetos de envolvimento do Doente na sua Segurança? Conheces alguma experiencia no terreno?
EliminarObrigado Augusto
Este comentário foi removido pelo autor.
EliminarOlá
ResponderEliminarAs Comissões de Qualidade e Segurança vieram trazer outro dinamismo a estas questões do «Empowerment» do Doente. Acontece que os seus Planos de Actividades têm que ser aprovados pelas Instituições....
O «resto» já tu sabes... ;-)
Abraço
Já vou atrasada na minha leitura, tendo em conta que estamos em Agosto.
ResponderEliminarRealmente... falar de segurança do doente sem ter a sua percepção/opinião sobre esta temática parece que fica a faltar algo. O DTE vê coisas que nos passam certamente despercebidas. Traçar estratégias de intervenção para o DTE/família e com o DTE/família sem a sua participação ficará certamente incompleta.
Em termos de projectos... Só conheço a avaliação de riscos dirigida ao doente.
Cumprs
Sofia
Obrigado Sofia
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