Eles podem ser o resultado de problemas relacionados a tecnologia de informação, tais como sistemas incorrectamente configurados, dados incompletos, ou inadequada protecção contra malware (vírus informáticos).
Os perigos podem ainda ser causados por uma inapropriada interacção homem-dispositivo, tais como técnicas incorrectas de reprocessamento, inapropriada manutenção do dispositivo e uma má gestão de um processo de recolha voluntária de dispositivos.
Podem também ocorrer problemas que são intrínsecos aos próprios dispositivos: Questões
relacionadas com a facilidade de utilização, falhas de design do projecto, questões de qualidade e ainda a insuficiência do
dispositivo em desempenhar uma tarefa como deveriam. Todas estas questões podem
contribuir para eventos relacionados com os dispositivos.
É
de vital importância reconhecer esses perigos e resolvê-los antes que causem
problemas.
Mas
a grande questão é: por onde começar?
É
aí que entra a lista dos 10 Perigos evitáveis
relacionados com Dispositivos Médicos (2015), elaborada pelo ECRI Institute
1. Perigo com Alarmes:
Práticas e políticas inadequadas de configuração de alarme.
2. Integridade dos
Dados: Dados incorrectos ou inexistentes nos processos clínicos electrónicos ou
outros sistemas informáticos dos cuidados de saúde.
3. Falha na escolha
da linha de administração intravenosa (quando existem várias) o que leva à
falha na administração de medicamentos ou soluções endovenosas.
4. Reprocessamento
inadequada de endoscópios e instrumentos cirúrgicos.
5. Desconexões não
identificadas do ventilador devido à falha na definição ou activação de alarmes.
6. Erros de
utilização ou falha dos dispositivos de mobilização de doentes (elevadores,
tábuas de transferência, etc).
7. Aumento da dose
de radiação: Variação da dose de radiação para obtenção de um diagnóstico.
8. Cirurgia
Robótica: Complicações decorrentes de formação insuficiente.
9. Segurança
Cibernética: Protecção insuficiente dos dispositivos e sistemas informáticos na
saúde.
10. Programas de
segurança e de “recolha” dos dispositivos inadequados (“oprimidos” com o volume
de informação).
Achas que estes
perigos existem na tua instituição?
Fico contente que tenha sido dado o devido destaque às questões relacionadas com as doses de radiação dos exames radiológicos. Este tema tem sido explorado em Portugal mas de forma isolada. Exigem-se estudos que permitam definir o panorama actual nesta temática mas mais importante é que se apliquem estratégias que permitam reduções de dose, especialmente nos exames pediátricos.
ResponderEliminarOlá Fernando!
ResponderEliminarEste documento é muito interessante e os 10 perigos mencionados são de facto uma realidade nas nossas instituições. Da minha experiência é que alguns dos perigos são pouco valorizados ou documentados.
Cláudia, o exemplo do registo das doses das radiações é uma realidade que ainda tem de ser mais valorizada pelos profissionais. Já em 1997 o manual do Programa da Qualidade do King's Fund referia num dos critérios que deviam estar documentadas as doses das radiações a que os doentes eram submetidos. Os profissionais desta área referiam que era um critério que não se aplicava em Portugal. Atualmente, esta boa prática já está a ser adotada por algumas instituições, e especialmente em pediatria os profissionais têm procedimentos para registos das doses de radiação nos boletins de saúde. No adulto também já começam a introduzir este registo. Como refere, temos de continuar a investir na melhoria e nas boas práticas em prol da segurança do doente.