Texto da
autoria de Margarida Meneses Monteiro
Técnica de Radiologia no CHLC (mmmargarida05@gmail.com)
"Segurança do doente, gestão do risco, erro clínico, são temas que estão na ordem do dia nas nossas instituições.
Human error is a fact of life (Bogner, 1994); porém,
questionei-me: e eu, como lido com o erro?
Para me ajudar a responder a esta questão tão pertinente
reli “O erro em medicina” do Prof. José Fragata e “Em busca de um mundo melhor”
de Karl Popper, cujos princípios passo a transcrever:
- É impossível evitar todos os erros
- É nossa tarefa evitar sempre que possível os erros
- Há que modificar a nossa atitude face aos nossos erros
- Temos de aprender com os erros. Encobrir os erros
constitui o mais grave pecado intelectual
- A atitude autocrítica e a sinceridade são por consequência
um dever.
- Devemos aprender a aceitar e a agradecer que os outros nos
alertem para os erros
- Precisamos dos outros para descobrirmos e corrigirmos os
erros.
Estes princípios foram enunciados por Karl Popper, filósofo
e cientista do século XX. A sua longa vida acaba por ser sinónima da sua
influência no pensamento filosófico do século passado.
A sua obra “Em busca de um mundo melhor”, publicada em 1984
é, não só a história da evolução da filosofia como um legado do próprio autor.
Popper é um caso raro porque soube pegar nas ideias chave
filosóficas que o antecederam, aproveitando as suas influências, mas ao mesmo
tempo soube ir mais longe. Os princípios por ele enunciados e aqui reproduzidos
devem constituir um farol para todas as áreas do saber, uma vez que se adaptam
de forma surpreendentemente actual aos desafios do mundo contemporâneo.
Sinceramente, nem sempre lido bem com o erro... “aceitar e
agradecer que os outros nos alertem para os erros” não é fácil!
Mas uma coisa é certa: em organizações como as nossas cada
vez mais sujeitas a escrutínio público e em que todos os passos ficam
registados e arquivados, é necessário – direi mesmo imprescindível- contrariar
a reacção quase instintiva de ocultar o erro
Esta atitude é nociva por dois motivos: por um lado leva
muitas vezes a que sejam cometidos novos erros; por outro lado, pode impedir a correção
de erros, que se fossem reportados a tempo, poderiam ainda ser corrigidos.
Termino com uma frase que também vale pela sua
originalidade: Errare humanum est .. but it's also human to prevent errors (Cummins, 2007)"
Texto da autoria de Margarida Meneses Monteiro
Técnica de Radiologia no CHLC (mmmargarida05@gmail.com)
Olá
ResponderEliminarConsciencializarmo-nos de que não erramos de forma propositada...talvez seja o primeiro degrau para que o erro, quando ocorre, possa ser assumido e notificado, por forma a que todos, com ele, possámos aprender...
Uma atitude mais proactiva e menos punitiva é o que se espera possa vir a acontecer no Sistema de Saúde.
Cumprs
Augusto