domingo, 21 de setembro de 2025
sábado, 20 de setembro de 2025
Dia Mundial da Segurança do Doente 2025
A 17 de Setembro, assinalamos o Dia Mundial da Segurança do Doente,
uma data crucial que a Organização Mundial da Saúde destaca anualmente.
Este ano (2025), a nossa atenção coletiva
está focada num tema de vital importância e que ressoa profundamente em todos
nós: "Cuidados seguros para cada recém-nascido e cada criança".
O nosso lema para este ano sublinha a urgência desta missão: "Segurança
do doente desde o início!".
Porque é que este tema é tão crucial? Porque cada criança tem o
direito a cuidados de saúde seguros e de qualidade desde o primeiro momento da
sua vida. No entanto, os recém-nascidos e as crianças pequenas enfrentam riscos
significativamente mais elevados nos contextos de saúde, devido ao seu rápido
desenvolvimento, necessidades de saúde em constante evolução e padrões de
doença distintos.
Ao contrário dos adultos, as
crianças dependem inteiramente de nós para defender os seus interesses e tomar
decisões por elas. Além disso, fatores socioeconómicos podem agravar os
desafios que enfrentam no acesso aos cuidados de que necessitam.
É fundamental entender que as
crianças não são pequenos adultos; elas exigem cuidados
individualizados, adaptados à sua idade, peso, fase de desenvolvimento,
necessidades médicas, capacidade de comunicação e contexto específico. Um único
incidente de segurança pode ter consequências para toda a vida na saúde e desenvolvimento
de uma criança.
Os riscos são conhecidos. As causas
mais comuns de dano em crianças incluem erros na medicação e no diagnóstico,
infeções associadas aos cuidados de saúde, problemas com equipamentos médicos
(como tubos ou monitores) e a falha em detetar sinais de alerta quando a
condição de uma criança se agrava.
A segurança deve ser sempre
a nossa prioridade máxima, em todos os ambientes de cuidados de saúde,
especialmente em unidades de cuidados intensivos e durante tratamentos
complexos e tratamento cirúrgicos.
A OMS, perante esta realidade,
propõe um conjunto de objetivos claros para o Dia Mundial da Segurança do
Doente 2025, destinados a facilitar a ação para a melhoria na prestação de
cuidados. Estes objetivos destacam áreas prioritárias onde as unidades e organizações
de saúde, líderes, gestores e profissionais de saúde podem fazer mudanças
tangíveis para reduzir danos evitáveis e melhorar a segurança para
recém-nascidos e crianças. Queremos envolver as crianças, pais e
famílias na segurança do doente; melhorar a segurança da
medicação e a segurança do diagnóstico; prevenir
infeções associadas aos cuidados de saúde; e reduzir os riscos
para recém-nascidos pequenos e doentes. Sabemos que cuidados mais
seguros dependem de sistemas bem desenhados, de pessoal apoiado e de cuidadores
envolvidos, onde cada voz conta.
Os objetivos da campanha são
claros: sensibilizar globalmente para os riscos de segurança
nos cuidados pediátricos e neonatais; mobilizar governos e
organizações de saúde para implementar estratégias sustentáveis; capacitar
pais, cuidadores e crianças através da educação e participação ativa;
e defender o reforço da investigação na segurança do doente
pediátrico e neonatal.
A chamada à ação é para todos nós: pais, cuidadores, profissionais
de saúde, líderes, educadores e comunidades. Devemos unir-nos para prevenir
danos evitáveis nos cuidados pediátricos e construir um futuro mais seguro e
saudável para cada criança, contribuindo assim para o Objetivo de Desenvolvimento
Sustentável nº3 - "Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar
para todas e todos, em todas as idades".
Que este evento seja um catalisador
para a ação e para a esperança de um futuro onde a segurança do doente seja uma
realidade para cada recém-nascido e cada criança.
Fernando Barroso
UM DIA SERÁS TU O DOENTE!
#umdiaserastuodoente
Fernando Barroso
https://fernandobarroso.gumroad.com/
quarta-feira, 17 de setembro de 2025
segunda-feira, 28 de julho de 2025
Livro: Qualidade de Serviço - o GAP Model (Modelo das discrepâncias)
Como Simplificar a Qualidade dos Serviços e Garantir Clientes Felizes
Hoje em dia, as empresas enfrentam muita concorrência e atuam num mercado global. Para as empresas de serviços, a satisfação do cliente é crucial para sobreviver.
O que os clientes dizem uns aos outros, seja bom ou mau, é muito importante. Com as redes sociais, o impacto dessas opiniões é ainda maior e pode influenciar muitos outros clientes em potencial. Por isso, a qualidade dos serviços tornou-se a prioridade número um. As empresas precisam se esforçar para entender e atender o que os clientes esperam.
As Chaves para o Sucesso
Todo gestor de serviços se pergunta:
O que os clientes realmente querem?
Como podemos oferecer o que eles esperam?
O que fazer para que os clientes continuem fiéis à nossa marca?
As respostas a estas perguntas são a base para o sucesso de qualquer negócio de serviços.
Conheça o "GAP Model"
Este livro apresenta o GAP Model (ou Modelo das discrepâncias, desenvolvido por Parasuraman, Berry e Zeithaml), uma ferramenta que pode ser usada em qualquer área.
Ele ajuda a:
Identificar onde o que o cliente espera difere do que a empresa oferece.
Corrigir esses problemas e melhorar a qualidade do serviço.
Além da teoria, o livro inclui exemplos práticos que facilitam a compreensão do modelo e mostram como aplicá-lo para descobrir o que precisa ser feito.
Este livro é ideal para gestores de serviços e para quem está a estudar ou a começar na área e quer garantir o sucesso de suas organizações.
Do livro: Qualidade de Serviço - Diagnosticar para intervir – O Gap Model
AUTOR(ES): José Gonçalves das Neves, Maria Helena Vinagre
UM DIA SERÁS TU O DOENTE!
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Fernando Barroso
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domingo, 27 de julho de 2025
sábado, 26 de julho de 2025
sexta-feira, 25 de julho de 2025
Livro: Sistemas de Gestão da Qualidade - Guia para a sua implementação
terça-feira, 22 de julho de 2025
domingo, 6 de julho de 2025
Melhoria da Qualidade: Gestão do stress liderada por enfermeiros em unidades hospitalares
Aliviando o Stress na Enfermagem: Um Projeto Inspirador
Liderado por Enfermeiros para o Bem-Estar!
A enfermagem é uma profissão incrivelmente exigente. Já
alguma vez pensou no quão pesada pode ser a carga de trabalho, as longas horas
e a tensão emocional que os enfermeiros enfrentam diariamente? Tudo isto pode
levar a níveis elevados de stress, o que, por sua vez, pode culminar em burnout,
reduzir a satisfação profissional e até mesmo comprometer a qualidade dos
cuidados prestados aos doentes.
Mas há boas notícias! Os Líderes de enfermagem têm um
papel crucial no apoio aos enfermeiros que prestam cuidados diretos, promovendo
o seu bem-estar. E é exatamente sobre isso que este projeto de melhoria da
qualidade (QI) se focou: introduzir atividades de autocuidado específicas para
aliviar o stress e melhorar o bem-estar da equipa de enfermagem.
O Desafio: Cuidar de Quem Cuida
Originalmente, o Instituto para a Melhoria dos Cuidados de
Saúde criou o "Triple Aim" para otimizar três dimensões da
saúde: experiência do doente, saúde da população e custos dos cuidados de
saúde. No entanto, rapidamente se percebeu uma lacuna crucial: faltava uma
quarta dimensão – o apoio ao "cuidado para o cuidador" para
reduzir o burnout na força de trabalho. O burnout é, essencialmente, um
fenómeno de exaustão física e mental devido ao stress contínuo no local de
trabalho. Para combater isto, os líderes de enfermagem precisam de investir
recursos e envolver as suas equipas num plano estruturado de atividades de
autocuidado.
Num centro médico académico de 500 camas, reconhecido com o
selo Magnet®, os líderes de enfermagem identificaram esta lacuna no Quadruple
Aim nas suas estruturas de governança partilhada. Foi esta identificação que
deu o impulso para a criação do Conselho de Bem-Estar (WBC), cujo
objetivo era colaborar com os enfermeiros para implementar táticas focadas no
bem-estar do cuidador no ambiente de trabalho.
O projeto piloto desenrolou-se numa unidade de cuidados
intermédios (uci) com 38 camas, onde os enfermeiros cuidam de doentes de alta
complexidade com necessidades intensivas, como ventilação e telemetria. Os
desafios são muitos: dinâmicas familiares complexas, stress financeiro dos doentes,
barreiras culturais e até mesmo um layout físico grande que dificulta a
comunicação. Uma pesquisa de 2022 revelou baixa satisfação profissional,
pouca coesão de equipa e insatisfação com o acesso a equipamentos e
processos de trabalho. Muitos enfermeiros expressaram intenção de sair e
criticaram a liderança do hospital. As preocupações incluíam os rácios
enfermeiro-doente (1:4), a perceção de que enfermeiros de agência priorizavam o
salário em vez dos cuidados, e a falta de apoio da chefia. Uma elevada
rotatividade e uma taxa de vagas de pessoal superior a 50% também contribuíam
para o stress diário.
A Solução: Um Refúgio de Paz
A literatura científica aponta que ambientes de trabalho
stressantes são uma das principais razões pelas quais os enfermeiros abandonam
a enfermagem de cabeceira. O stress relacionado com cargas de trabalho
elevadas e desafios de pessoal pode levar a piores resultados para os doentes,
incluindo erros de julgamento e medicação. O stress ocupacional prolongado pode
afetar a saúde física e mental dos enfermeiros.
A criação de um espaço silencioso e designado,
juntamente com a oferta de terapias complementares como aromaterapia, massagem
ou música, pode reduzir o stress ocupacional percebido pelos enfermeiros. Um
espaço tranquilo encoraja os enfermeiros a fazerem pausas, oferece um refúgio
do ambiente agitado e prioriza o bem-estar do enfermeiro, permitindo um
regresso às tarefas com a mente clara e concentração aprimorada, o que apoia a
prestação de cuidados de qualidade.
Como o Projeto Aconteceu: A Abordagem Melhoria da
Qualidade
Este projeto de Melhoria da Qualidade utilizou o ciclo PDCA
que representa as quatro etapas do ciclo: Plan (Planejar), Do
(Fazer), Check (Verificar) e Act/Adjust (Agir/Ajustar), ideal
para testar pequenas mudanças. Os dados foram recolhidos e analisados para
determinar o progresso e informar modificações.
O projeto foi implementado num hospital reconhecido pelo seu
compromisso com a excelência nos cuidados de saúde e a governança partilhada.
Uma sala de consulta privada, perto da sala de descanso da unidade de cuidados
intermédios, foi convertida num espaço tranquilo. Foi projetada para ter
privacidade e iluminação suave, incluindo uma poltrona reclinável e uma manta.
A participação era voluntária, com a garantia de cobertura para os doentes.
Os enfermeiros podiam escolher entre:
- Aromaterapia:
Óleos de lavanda, rosa ou sálvia esclereia. Durante a implementação, a
sálvia esclereia, devido ao seu cheiro forte, foi substituída por bolas de
algodão com óleo para maior conforto. A lavanda foi a mais utilizada.
- Massagem:
Através de um massajador Shiatsu para pés e pernas. Foi a segunda
atividade mais popular.
- Música:
Acedida por códigos QR, com opções como sons de cascata, música para
alívio da ansiedade e ondas do oceano. A música foi a menos utilizada em
comparação com a aromaterapia e a massagem.
- Simplesmente
relaxar.
Os Resultados: Um Alívio Visível!
O projeto educou 21 enfermeiros sobre o uso da sala e as
três atividades de autocuidado. Ao longo de 12 semanas, a sala e as atividades
foram utilizadas 28 vezes, embora dados qualitativos indicassem um uso maior
sem preenchimento dos inquéritos.
- Antes
da intervenção, 10 enfermeiros completaram um inquérito; após a
intervenção, 3 responderam.
- Após
as atividades de autocuidado, os níveis de stress foram reduzidos em 43%
(P < 0,05).
- Os
níveis médios de stress caíram de 6,4 para 3,7.
Este projeto confirmou o uso do espaço e a redução dos
níveis de stress autorrelatados. Os participantes podiam personalizar a sua
experiência combinando as atividades. Os resultados alinham-se com estudos que
mediram os efeitos da musicoterapia e aromaterapia. As limitações incluíram o
tamanho reduzido da amostra e o facto de a ferramenta de recolha de dados não
ter sido formalmente testada quanto à validade e fiabilidade.
Implicações para os Líderes de Enfermagem: Priorizar o
Autocuidado
Saber que os líderes de enfermagem são responsáveis pelo
ambiente dentro do departamento torna crucial fornecer à equipa de enfermagem
acesso a um "kit de ferramentas" de estratégias para lidar com o
stress no trabalho. As atividades de autocuidado descritas neste projeto são
exemplos de ferramentas úteis. Ao apoiar o envolvimento da equipa de
enfermagem em atividades de redução de stress, o líder de enfermagem demonstra
um compromisso com a saúde geral da sua equipa. Além disso, apoiar
estudantes de pós-graduação durante o processo de QI fortalece a parceria
académico-clínica, o que beneficia a formação de novos enfermeiros para a
organização.
Este projeto piloto revelou como as atividades de
autocuidado, como aromaterapia, massagem e sessões de musicoterapia em espaços
tranquilos, podem contribuir para reduzir os níveis de stress autorrelatados
dos enfermeiros. Realça a importância de oferecer opções de gestão de stress
aos enfermeiros durante o trabalho, mostrando que estas serão utilizadas se
disponíveis. Priorizar o autocuidado e criar "refúgios de paz" dentro
dos ambientes de saúde pode não só melhorar o bem-estar dos enfermeiros, mas
também promover um ambiente de saúde mais solidário e resiliente.
É um passo fundamental para um futuro onde o bem-estar dos nossos enfermeiros é tão prioritário quanto a saúde dos doentes que servem!
UM DIA SERÁS TU O DOENTE!
#umdiaserastuodoente
Fernando Barroso
https://fernandobarroso.gumroad.com/
Referência Bibliográfica:
Woods, R. A., Baur, K., & Wendler, M. C. (Ano de
publicação não especificado na fonte). Quality improvement: Nurse-led unit-based stress management. NURSING.
doi:10.1097/nmg.0000000000000247
domingo, 29 de junho de 2025
Aumentar o envolvimento na governança profissional, desde o nível da unidade até o nível do sistema
Olá a todos os profissionais de saúde e interessados na excelência
dos cuidados de enfermagem!
Neste artigo, vamos mergulhar numa fascinante jornada de
transformação que demonstra como a inovação na gestão pode elevar a prática da
enfermagem a novos patamares. O nosso foco será a transição do "shared
governance" para o "professional governance" num sistema de
saúde com quatro hospitais.
O Desafio de Manter o Envolvimento na Enfermagem
Os benefícios da tomada de decisões partilhada, ou
"shared decision-making", na enfermagem são amplamente documentados,
levando ao desenvolvimento profissional dos enfermeiros e à melhoria dos
resultados para o doente. Este sistema de saúde já testemunhava estes
benefícios desde 2007, com o "shared governance" profundamente
enraizado na sua cultura. Contudo, no final de 2021, o envolvimento na
estrutura de "shared decision-making" da organização diminuiu
constantemente, em grande parte devido ao aumento da rotatividade de
enfermeiros, um problema exacerbado pela pandemia e pela escassez de
profissionais.
Para enfrentar este desafio, foi estabelecido em 2021 um
departamento de Nursing Excellence ao nível do sistema, com o objetivo
claro de padronizar e fortalecer a "shared decision-making" em todos
os hospitais, visando aumentar o envolvimento e a eficiência. Anteriormente,
cada hospital operava com as suas próprias estruturas e processos de
"shared governance".
A Estratégia: Lean Six Sigma e Análise de Pontos Cruciais
Os primeiros passos da equipa de Nursing Excellence
incluíram uma avaliação aprofundada da estrutura atual de "shared
governance" e uma síntese da literatura existente. Adotaram o Lean Six
Sigma como framework de gestão de projetos para padronizar os processos de
tomada de decisão da organização, o que prometia aumentar a eficiência e os
resultados. Em janeiro de 2022, uma análise SWOT (Strengths, Weaknesses,
Opportunities, Threats) foi realizada.
Entre as fraquezas internas identificadas,
destacam-se a diminuição de conselhos unitários ativos ("unit-based
councils"), a falta de envolvimento dos enfermeiros clínicos, a confusão
sobre os papéis e propósitos, a inconsistência do apoio dos enfermeiros
gestores e a falta de participação. O impacto da COVID-19 e da escassez de
enfermeiros foram notados como ameaças externas.
A Mudança de Paradigma: Do "Shared" ao
"Professional Governance"
A síntese da literatura sugeriu que o "professional
governance" poderia aprimorar o profissionalismo dos enfermeiros através
de um ambiente de trabalho mais envolvente. A equipa percebeu que a simples
participação em conselhos não garantia apropriação das decisões. A mudança para
o "professional governance" visava concentrar-se na responsabilidade
dos enfermeiros de se autogovernarem na prática da enfermagem e no
compromisso de melhorar continuamente os cuidados. Esta perspetiva foi o pilar
para a transição do modelo.
O sistema definiu o "professional governance"
como: "O propósito do Roper St. Francis Healthcare Nursing Professional
Governance é envolver enfermeiros clínicos, líderes e colegas
interprofissionais na tomada de decisões colaborativa e em iniciativas
orientadas para a ação, relacionadas com as obrigações profissionais de
competência, conhecimento, qualidade e prática e para o aprimoramento do
ambiente de trabalho através do avanço e retenção profissional.". Isto
significa um foco acrescido na accountability e na obrigação profissional
individual.
Intervenções Chave e a Nova Estrutura de Governança
O plano do projeto priorizou o desenvolvimento e
aprimoramento dos "unit-based councils" em 2022, identificados como a
maior lacuna. O primeiro passo foi educar os enfermeiros gestores, diretores e
CNOs sobre a importância e o papel essencial dos conselhos unitários. Para
apoiar estas unidades, foi criado um Unit Council Toolkit, que incluía
guias para atividades, papéis e responsabilidades, gestão de reuniões e até
dicas para reuniões virtuais. Os gestores de programa de Nursing Excellence
também ofereceram apoio individualizado e sessões "drop-in".
Em 7 de dezembro de 2022, o departamento de Nursing
Excellence introduziu formalmente a transição para o "professional
governance" e revelou o novo modelo e estrutura num workshop de liderança.
Em 2023, os conselhos hospitalares e de sistema foram padronizados em todos os
quatro hospitais.
A nova estrutura de "professional governance"
incluiu conselhos a nível de unidade, hospital e sistema. Os "unit
councils" foram movidos para o epicentro do modelo, com o propósito de
facilitar a comunicação bidirecional e abordar questões específicas da unidade.
Entre os conselhos ao nível hospitalar, destacam-se:
o Quality and Practice Council (aprova mudanças na prática, melhoria da
qualidade), o Professional Engagement and Advancement Council (fomenta o
crescimento e retenção profissional), o Nursing Excellence Champions Council
(promove as normas Magnet/Pathway to Excellence), o Night Shift Council
(dá voz aos enfermeiros do turno da noite), e o Leadership Advisory Council
(LAC, conselho coordenador do hospital).
Ao nível do sistema, foram estabelecidos: o Quality
and Practice Council e o Professional Engagement and Advancement Council
(ambos incorporando os conselhos hospitalares correspondentes). Uma grande
mudança para aumentar a eficiência foi a decisão de que estes conselhos se
reuniriam primeiro como conselho hospitalar e, em seguida, juntar-se-iam
virtualmente aos outros conselhos hospitalares para a tomada de decisões ao
nível do sistema, evitando a necessidade de ir a quatro conselhos diferentes
para aprovações. Outros conselhos de sistema incluem o Clinical and Research
Excellence Council (CARE, promove excelência clínica, pesquisa), o Clinical
Informatics Planning and Advisory Council (CIPAC, rever sistemas de
informação clínica), e o CNO Council (liderança de enfermagem de alto
nível).
Resultados Impressionantes e Impacto Tangível!
Para medir o impacto, utilizou-se a Verran Professional
Governance Scale (VPGS), uma pesquisa de 22 itens. Os resultados do
pós-intervenção (outubro de 2023, 10 meses após a reestruturação) foram
notáveis:
- Aumento
Drástico da Participação: A taxa de participação na pesquisa
pós-intervenção aumentou de 17% para 118% em todo o sistema, demonstrando
um envolvimento significativamente melhorado dos enfermeiros que
prestam cuidados diretos.
- Melhoria
das Perceções: As médias gerais e por subescala do VPGS melhoraram
após a intervenção.
- Resultados
Operacionais Concretos:
- A
rotatividade voluntária de RNs (Registered Nurses) diminuiu de 20,29%
(final de 2022) para 17,62% (final de 2023).
- O envolvimento
dos RNs na decisão sobre o seu trabalho melhorou de 3,82 em 2022 para 3,93
em 2023.
- A
satisfação geral dos doentes ("likelihood to recommend")
melhorou de 76,78% em 2022 para 78,47% em 2023.
- A
taxa de quedas totais por 1.000 dias-doente diminuiu de 1,96 em 2022 para
1,74 em 2023.
- Houve
uma redução em infeções associadas aos cuidados de saúde.
- As
iniciativas lideradas pela enfermagem através desta estrutura geraram uma
poupança de custos potencial de aproximadamente $1.5 milhões em
2023.
Os conselhos também implementaram iniciativas de sucesso,
como a revisão e aprovação de 19 mudanças na prática de enfermagem, a criação
de uma força-tarefa para o Bedside Shift Report (BSR) que melhorou a
experiência do doente, e uma iniciativa de avaliação da pele "four
eyes" que reduziu lesões por pressão. O Night Shift Council implementou
uma chamada de segurança noturna que diminuiu incidentes de violência e uma
iniciativa "quiet at night" que melhorou a experiência do doente.
O Papel Indispensável da Liderança de Enfermagem
A liderança de enfermagem é fundamental para o sucesso da
"shared decision-making". O seu papel em fornecer recursos, tempo e
apoio é crucial. É vital que os enfermeiros gestores acreditem firmemente na
importância do "professional governance" e garantam que o envolvimento
seja visto como uma expectativa para os enfermeiros, e não apenas uma
obrigação. O fato de o CNO (Chief Nursing Officer) facilitar o Leadership
Advisory Council é um sinal claro de que a organização valoriza o
"professional governance".
Um Sucesso Contínuo e em Evolução!
Este projeto de melhoria de desempenho demonstrou claramente
que organizações com uma estrutura de governação madura podem fazer a transição
bem-sucedida do "shared" para o "professional governance",
resultando num maior envolvimento dos enfermeiros clínicos em todos os níveis
(unidade, hospital e sistema) e numa tomada de decisão mais eficiente dos
conselhos. O modelo e os processos de "professional governance" são
continuamente revistos, com a adição de novos conselhos, como o Nurse Manager
Council e o Clinical Specialist Council em 2024, atendendo a pedidos dos
próprios enfermeiros.
Espero que este resumo tenha sido útil para entender a
importância e o impacto do "professional governance" na enfermagem! É
uma prova de que a colaboração e a responsabilidade individual podem realmente
transformar os cuidados de saúde.
UM DIA SERÁS TU O DOENTE!
#umdiaserastuodoente
Fernando Barroso
https://fernandobarroso.gumroad.com/
Referência Bibliográfica:
Lott, T. F., & Partridge, A. (2025). Increasing engagement in
professional governance from the unit to system level. Publicado por Wolters
Kluwer Health, Inc. DOI: 10.1097/nmg.0000000000000245.
domingo, 4 de maio de 2025
10 Sinais de que você Não está preparado para Liderar
10 Sinais de que você Não está preparado para Liderar
(e o que fazer em vez disso)
1. Você agrada às pessoas para evitar tensões
O que fazer: Comece a estabelecer limites e a tomar decisões
firmes, mesmo que elas são impopulares.
2. Você evita conversas difíceis
O que fazer: Pratique a comunicação direta. A honestidade
respeitosa é sempre melhor do que o silêncio.
3. Você transfere a culpa quando as coisas dão errado
O que fazer: Assuma o erro. Partilhe a lição. Ser um exemplo
de responsabilidade.
4. Você faz “microgestão” com tudo
O que fazer: Delegue. Deixe que a sua equipa assuma a
responsabilidade e cresça, mesmo que no início seja complicado.
5. Perde a calma sob pressão
O que fazer: A disciplina emocional é a moeda da liderança.
Aprenda a regular, não a reagir.
6. Diz uma coisa e faz outra
O que fazer: Alinhe as suas ações com as suas palavras. A
confiança constrói-se nos intervalos.
7. Ignora o feedback
O que fazer: Convide a crítica. Os grandes líderes são
estudantes antes de serem mestres.
8. Deixou de aprender
O que fazer: Mantenha-se curioso. Leia, ouça, faça
perguntas. A estagnação mata a liderança.
9. Persegue títulos, não confiança
O que fazer: Concentre-se no serviço, não no estatuto. A
influência ganha-se, não se dá.
10. Você espera pelo “momento perfeito”
O que fazer: Faça a chamada. Assume o risco. A liderança é
uma tendência para a ação.
Lembre-se:
A liderança é conquistada nos momentos difíceis, não nos
fáceis.
Ninguém está pronto no início.
Mas aqueles que enfrentam as verdades brutais?
Eles crescem. Eles elevam-se. Lideram.
Fonte: Luke Tobin