segunda-feira, 16 de maio de 2022

Uma baixa Literacia em Saúde pode ser fatal e coloca em risco a Segurança do Doente | #SD443


Já muito se falou e escreveu sobre a nossa (dos profissionais de saúde) capacidade de comunicar com o doente, de promover a educação para a saúde e também sobre a capacidade da pessoa para concretizar o que lhe é proposto. 

Falamos de Literacia em Saúde.

“A literacia em saúde remete para as competências e os conhecimentos dos indivíduos necessários para acederem, compreenderem, avaliarem e utilizarem informação sobre saúde, que lhes permita tomar decisões sobre cuidados de saúde, prevenção da doença e modos de promoção de uma vida saudável.

Uma baixa Literacia em Saúde pode dar origem, por exemplo, a um maior número de internamentos e a uma utilização mais frequente de serviços de urgência e, também, a uma menor prevalência de atitudes individuais e familiares preventivas no campo da saúde. Ou seja, a uma menor qualidade de vida. (In: Literacia em Saúde em Portugal – 2015 |Fundação Calouste Gulbenkian)"

Da minha janela observei hoje um doente (como faço muitas vezes). Este chamou-me a atenção. 

Com um equipamento de fornecimento de oxigénio na mão esquerda e um cigarro na mão direita, não consegui deixar de ter um sentimento de pena e de tristeza para com este Sr. Quão desesperado deve estar uma pessoa para continuar com um vício que certamente o fará sentir-se pior?

E mais, não saberá que o ato simples que pratica (fumar um cigarro) com uma fonte de O2 mesmo ao lado (estava a usar uns óculos nasais) pode resultar numa catástrofe?

O que estará no pensamento deste Sr? Qual o nivel da sua literacia em saúde? 

O que está certamente presente é um sentimento de derrota, de quase desespero.

Temos tanto para aprender uns com os outros...


Fernando Barroso

UM DIA SERÁS TU O DOENTE!

#umdiaserastuodoente

https://fernandobarroso.gumroad.com/

2 comentários:

  1. Olá
    Sim, enorme falha dos Técnicos de Saúde que acompanham este doente!
    A Literacia em Saúde tem que ser um objectivo central das políticas de saúde, uma «luta» diária de todos nós.
    Aliás, quem já não é novo na profissão :-) certamente que se lembra dos Ensinos...de Enfermagem, que mais não eram do que uma forma de capacitar o doente para melhor lidar com a sua situação de Saúde/Doença.
    Cumprs
    Augusto

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    1. E será que foi falha dos profissionais?
      A adesão ao regime terapêutico ou aceitação do estado de saúde são das áreas mais díficeis de trabalhar. Pessoas perante doenças terminais tendem a correr muito mais riscos que a maioria da população.
      A chave está em encontrar o equilibrio entre paternalismo dos profissionais de saúde e a literacia.

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