A Pandemia COVID-19 veio impor a todos nós medidas extraordinárias. Uma delas foi a restrição das visitas aos doentes internados (em hospitais, unidades de cuidados continuados, lares de 3ª idade).
A medida, de elementar lógica epidemiológica, trouxe consigo muita ansiedade e desespero para aqueles que tinham nestas visitas um contato com a “vida” e uma hipótese de aliviar um pouco o seu sofrimento.
Voltar a permitir visitas nas Unidades Hospitalares é uma medida de elementar justiça, ética e moral. É isso que a recente Orientação DGS nº 038/2020 de 17/12/2020 vem propor (clica no link para ler a norma).
Mas são muitos os desafios de segurança do doente que se
colocam.
A Orientação refere inúmeros
aspetos a respeitar. Por exemplo, a visita
terá de:
- Manter o distanciamento físico entre visitante, utente e profissionais de saúde;
- Conhecer e aplicar a Etiqueta respiratória;
- Utilizar corretamente a máscara cirúrgica;
- Higienizar frequentemente as mãos.
Mas existem muitos outros aspetos a considerar, que implicam a realização de um ensino à visita (a maioria só sabe o que vê nas redes sociais e sabemos como essa informação pode ser distorcida).
A visita vai ter de ser orientada acerca de que circuito
deve seguir, como efetuar a higiene das mãos, e como deve usar a máscara, mas também
onde pode ou não tocar (não pode em nada), que instalações sanitárias podem
usar...
Como fazer? Deixo algumas sugestões:
Promover o ensino e o envolvimento da Visita. O ideal seria
realizar um pequeno vídeo educativo.
Um PowerPoint que depois é transformado em vídeo e é apresentado antes da
visita ocorrer (embora nem todos tenham este recurso).
Construir um folheto
orientador (simples) com as recomendações que a visita deve cumprir (usar
imagens simples e pouco texto – Apostar no que a visita tem de saber e tem de
fazer. O folheto deve ser simples (não sei se já tinha dito que deve ser
simples).
Antes da visita entrar, perguntar – Para a segurança do seu
familiar/amigo eu quero ter a certeza de que compreendeu as regras, por isso,
pode por favor dizer-me quais são as regras que vai cumprir?
Com esta estratégia (Teache-back) estamos a confirmar a
informação que foi compreendida pela visita e poderemos corrigir o que for
necessário.
Criar um documento de registo simples (documento em A4) que permita
registar (conforme a Orientação sugere) a identificação da data, hora, e nome
do doente visitado, bem como nome e contacto telefónico do visitante. Cada
Serviço terá de decidir onde e como guarda e depois elimina esta informação.
Caberá a cada Instituição definir em concreto as suas
regras, mas há um aspeto essencial – Para
a pessoa doente, a possibilidade de ter uma visita é absolutamente fundamental
(digo isto com experiencia própria), e
tudo devemos fazer para que tal ocorra.
E tu, na tua Instituição/Serviço, que estratégias são usadas
e que possas aqui partilhar para que todos possam aprender com as diferentes
experiencias?
Fernando Barroso
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