sábado, 28 de outubro de 2017

A Formação em Segurança do Doente não tem de ser Complicada - SD268

Depois de mais um período intenso de formação e partilha com mais de 120 formandos de diferentes categorias profissionais (Médicos, Enfermeiros, Assistentes Operacionais, Assistentes Técnicos e TDT's), confirmo o que à muito venho a defender:

- Uma formação em "Segurança do Doente" estruturada de forma simples e apelativa, que incorpora mais de 50% de prática simulada e exemplos práticos, cativa qualquer profissional e “prende” à sala até o profissional mais renitente.

Como é que eu estruturo as minhas sessões?

1. Estabelecer os conceitos chave
Ao estabelecer os conceitos chave não me limito a ler ou apresentar a definição do conceito.
Eu explico aos formandos a minha própria interpretação de cada conceito e de seguida apresenta exemplos práticos. Desta forma o conceito é mais facilmente compreendido por todos.

2. Utilizar a “prática simulada”.
Nem sempre é possível ir ao “terreno” e praticar a aplicação de algumas ferramentas – Avaliação do Risco; Análise das Causas Raiz; HFMEA; Notificação de incidentes – Mas é sempre possível transportar essas ferramentas para a sala e fazer prática simulada com resultados muito bons para experiência do formando.

3. Não ter medo de partilhar casos e exemplos reais
Em segurança do doente tenho aprendido que tudo pode acontecer.
Também sei que aquilo que ocorre numa instituição pode não acontecer noutra, ou que os profissionais de diferentes em instituições notificam de formas diferentes e tem diferentes preocupações.
A verdade é que a partilha de casos e exemplos reais é cativante e constitui uma excelente forma de deixar bem claro que a segurança do doente deve ser uma prioridade e que o dano para o doente como resultado da prestação de cuidados de saúde é muitas vezes catastrófico.

Tão importante como “saber” é “fazer”.
Para alcançar os meus formandos eu não posso ser “enfadonho”.
Acredito que todos querem “fazer bem” e sei que todos querem conhecer o que efectivamente acontece aos doentes através da minha experiência.
Pelas reacções que recebo - por vezes emocionadas – sei que este é o caminho.

Obrigado a todos os meus formandos. E não se esqueçam.


Um dia serás tu o doente!

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