Post de Convidado – Enfermeira Diana
Sousa
No Dia
19 de Novembro de 2015 sinalizamos o dia Mundial do Stop às Úlceras por Pressão
(UPP).
Falamos de feridas que,
na sua maioria (pelo menos 95%), são evitáveis, recorrendo a estratégias
designadas de medidas de prevenção.
Estas medidas estão descritas há décadas em todos os manuais da matéria, mas
que, pelos mais variados argumentos, tendem a ser menosprezadas,
desvalorizadas, em detrimento do tema “híper
mega atrativo – o tratamento das feridas e os seus magníficos apósitos!”.
Sem desprimor para a área do tratamento, na qual também estou envolta, e sem querer
ter a pretensão de desvalorizar a sua importância, seriamos profissionais de
saúde de extrema inovação, se reflectíssemos primeiramente sobre o tema da Prevenção das Úlceras por Pressão.
É da
responsabilidade das instituições de prestação de cuidados de saúde garantir o
Direito à Prevenção de UPP universalmente consagrado pela Declaração do Rio de Janeiro de 2011. Assegurando o acesso
equitativo de recursos humanos e materiais de qualidade. Garantindo a
uniformização das medidas preventivas, as que a ciência já nos demonstrou serem
eficientes no combate a este flagelo. Em breve, seremos responsabilizados pela
não aplicação destas medidas…e ai talvez a figura da autoridade nos empurre
para a consciencialização de que podemos e devemos, de forma tão simples,
prevenir este flagelo, as UPP.
As
UPP são um problema de saúde pública, com impacto importante na saúde das
pessoas, na sua qualidade de vida, condicionando situações de dependência
funcional, comorbilidade, podendo mesmo conduzir à morte.
Falamos,
portanto, de um evento adverso, da
segurança das pessoas de quem cuidamos…
Felizmente
temos capital intelectual no CHS, profissionais persistentes e empenhados, profissionais
de saúde que teimam em divulgar a ciência, as orientações universais na matéria
de prevenção e de tratamento de UPP, nos mais diversos serviços desta instituição.
Ainda
que, por várias vezes, sejamos confrontados
pelos pares, que vão proclamando, verdadeiras teorias de conspiração universal
contra produtos desaconselhados, assumindo-se, portanto, uma perfeita sincronia
dos investigadores do mundo, no sentido de falsificar
o conhecimento. Considere-se como exemplo, a fábula do hipoclorito de sódio (Dakin). Este, que já nem é
matéria de discussão na comunidade científica!
Felizmente
a maioria de nós, recusa-se a ficar estagnado numa ciência que faz parte da história,
a história na qual aqueles produtos, medidas resultavam. Muitas vezes só porque
sim, ou porque a sorte ajudou…
Aos
pares que teimam em acreditar em conspiração à escala mundial, seja feito o
convite de demonstração dessa evidência, não se esquecendo das implicações
éticas do processo.
Leia-se
agora, em 2015, o Plano Nacional de
Segurança do Doente, um eixo estratégico de definição de estratégias para
as UPP. O CHS desde 2011 que tem no seu plano actividades relacionadas com este
assunto, as estratégias definidas.
Estamos
juntos neste caminho e de parabéns pelo caminho que já efectuamos, cientes de
que temos muito, ainda, para construir.
Celebre-se
então o Dia Mundial do Stop as UPP
não só hoje, mas todos os dias, pondo em prática a evidência! Seremos
inovadores, mais até, diria, que o último apósito apresentado à comunidade
científica!
Diana
Sousa – Enfermeira Especialista
Coordenadora
do Grupo de Trabalho para
Prevenção
e Tratamento das Feridas (GPTF) do
Centro
Hospitalar de Setúbal, E.P.E.
Olá
ResponderEliminarOra cá está o post que «marca a efeméride»!
Prevenir, mais do que tratar....eis a tónica principal .
Cumprs
Augusto
Este post só aconteceu porque tu sugeriste atempadamente e chamas-te a atenção para o tema.
EliminarObrigado pela ajuda e "força" para continuar.
Olá
ResponderEliminarÉ um gosto «andar por aqui»....
Continuação de bom trabalho.
Cumprs
Augusto