segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Checklists - Porque estão a falhar?

Os resultados dos estudos de investigação iniciais que envolviam a implementação de listas de verificação (checklists) nos hospitais pareciam demonstrar a existência de taxas de infecção mais baixas, taxas de mortalidade mais baixas e menos complicações pós-cirúrgicas. No entanto, análises de longo prazo ao sucesso de tais listas de verificação em muitos hospitais estão a obter resultados pouco inspiradores, de acordo com um artigo da Nature.


Entre os vários estudos que estão a ser realizados para determinar o porquê das listas de verificação estarem a falhar na prática encontra-se um estudo que relatou que a lista de verificação cirúrgica da Organização Mundial da Saúde foi recebida com preocupações e relatos de era "inadequada" ou "ilógica", uma "perda de tempo", e em alguns casos, "não concluída pela equipa". Eu já vi esta realidade!

Para combater estes problemas, alguns especialistas recomendam adaptar as checklists ao fluxo de trabalho e necessidades de um determinado hospital. Isso requer tempo e observação, de forma a incorporar as estratégias que ajudarão a superar os desafios culturais e logísticos dentro de um sistema de saúde.

Certamente que este é também um grande desafio para os hospitais com programas de acreditação que “obrigam” à utilização de uma checklist específica.

2 comentários:

  1. Olá
    Acresce o facto de algumas listas de verificação «Pré...» serem preenchidas no «Pós...».
    Sim, também concordo que os Docs não podem ser aplicados ás cegas, devendo ser alvo prévio de uma adaptação à realidade onde serão utilizados. Se tal não for feito, corre-se o risco de a uma fraca adesão, advirem «conclusões no mínimo duvidosas»....
    Cumprs e boas férias para quem for esse o caso.
    Augusto

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  2. É sempre bom haver evidência que explique as razões porque determinadas estratégias, aparentemente muito eficientes / efetivas, não são tão bem sucedidas na generalidade. As listas de verificação de segurança, são uma ferramenta utilizada numa cultura de responsabilidade, melhoria contínua e segurança, pelo que caso os outros factores não estejam presentes, esta ferramenta isolada, não tem o impacto nos resultados que poderia ter, no caso de todos os factores presentes.
    A saúde é uma área em desenvolvimento, em termos de cultura de segurança, pelo que provavelmente ainda teremos de esperar alguns anos, para obter resultados de elevada performance em termos de segurança e efectividade, de uma forma universal.
    No entanto não caiamos na falácia de que esta ferramenta não serve para nada; a evidência diz precisamente o contrário. Se se comparar o resultado de uma determinada intervenção (num modelo antes e depois) e os resultados forem iguais, não poderemos dizer desde logo que a intervenção não tem utilidade, pois por exemplo a intervenção pode nem sequer ter sido implementada na realidade; imaginemos que numa população de doentes comparamos o seu estado clínico antes e depois da administração de um medicamento (mas não validamos que os doentes tomam a medicação, assumimos simplesmente que a tomam); no fim o estado dos doentes não se altera, será porque o medicamento não tem efeito, ou porque os doentes não aderiram á terapêutica?
    Dá que pensar, mas não simplifiquemos o que é muito complexo.

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