A Comissão Europeia divulgou a 19 de Junho de 2014 o
Segundo Relatório ao Conselho Europeu (em inglês) relativo à implementação da RECOMENDAÇÃO DO CONSELHO de 9 de Junho de 2009 sobre a segurança dos pacientes,
incluindo a prevenção e o controlo de infecções associadas aos cuidados de saúde (2009/C
151/01).
Recomendamos a leitura atenta deste documento, e
salientamos aqui alguns pontos das suas conclusões:
Infecções Associadas aos Cuidados de Saúde (IACS)
Ao conduzir à adopção de uma definição geral e
específica para IACS e fornecer uma metodologia e moldura padronizada para a
vigilância nacional de IACS, a acção a nível da União Europeia (EU) contribuiu
para o fortalecimento dos sistemas de vigilância das IACS na UE.
Em particular, o estudo europeu de prevalência do ECDC
de IACS e uso de antimicrobianos em 2011-12 contribuiu para a melhoria da
recolha de dados sobre a IACS, mesmo em Estados-Membros que ainda não haviam
começado com esta actividade.
Os relatórios “pointprevalence report - ECDC” e “Commission’sfirst implementation report” indicam que os Estados-Membros devem
concentrar os seus esforços em assegurar a vigilância orientada das IACS do local
cirúrgico, unidades de cuidados intensivos, casas-de-repouso e outras instalações
de cuidados de longa duração.
São necessárias novas medidas a implementar pelos
Estados-Membros para melhorar a recolha de informação de rotina sobre IACS, desenvolvimento
de directrizes de diagnóstico nacionais, formação continuada dos profissionais
de saúde na aplicação de definições de IACS e o reforço da capacidade dos laboratórios
e outras capacidades de diagnóstico em instituições de saúde.
Mais especificamente, o estudo de prevalência efectuado
em toda a Europa - destacou a necessidade de assegurar:
● um número suficiente de profissionais especializados
em controle de infecção a colocar em hospitais e outras instituições de saúde;
● capacidade de isolamento suficiente para doentes infectados
com microorganismos clinicamente relevantes nos hospitais de cuidados agudos;
● vigilância padronizada do consumo de Solução alcoólica
para as mãos.
(…)
Segurança do Doente
A recomendação tem levantado com sucesso a consciencialização
sobre a segurança do doente a nível político e provocou mudanças, como o
desenvolvimento de estratégias e programas nacionais de segurança dos doentes e
o desenvolvimento de sistemas de informação e de aprendizagem em muitos
Estados-Membros da UE. Foi criado um clima propício para a melhoria da
segurança dos doentes na UE.
No entanto, a recomendação teve um menor impacto no
aumento da cultura de segurança do doente ou nível das Instituições de saúde, por
exemplo, em incentivar os profissionais de saúde a aprender com os erros num ambiente
livre de culpa. O impacto em capacitar (responsabilizar) os doentes é apenas
parcial. A educação e a formação dos profissionais de saúde continua a ser uma
área em que os Estados-Membros e as partes interessadas têm apontado para a
necessidade de um maior esforço. Além disso, a implementação da recomendação
não tem fortalecido a confiança dos cidadãos da UE na segurança e qualidade dos
cuidados de saúde no seu país.
Enquanto isso, a segurança do doente continua a ser um
problema na União Europeia, como foi confirmado por mais de 90% das respostas à
consulta pública e pela percepção dos cidadãos da UE. Isto é apoiado pela investigação destacando lacunas significativas entre o
conhecimento e a prática em estratégias de segurança do doente e argumentando
que uma proporção substancial de cidadãos europeus correm o risco de receber
cuidados de qualidade inferior como consequência disto.
Neste contexto, a Comissão considera que há uma
necessidade de um esforço continuado a nível da UE para apoiar os
Estados-Membros na melhoria da segurança do doente e qualidade dos cuidados.
As seguintes medidas podem ser de particular relevância
para o trabalho futuro da UE, em estreita colaboração com os Estados-Membros e
as partes interessadas:
1. Uma definição comum da qualidade dos cuidados e mais
apoio para o desenvolvimento de uma terminologia comum, indicadores comuns e
pesquisas sobre a segurança do doente;
2. Colaboração da UE sobre a segurança do doente e a
qualidade dos cuidados para a partilha de boas práticas e soluções eficazes.
Isso pode ser construído sobre a actual ação conjunta e ser alargada a outros
temas identificados pelos Estados-Membros e pelas partes interessadas;
3. Desenvolvimento de orientações sobre como fornecer
informações aos doentes sobre a qualidade dos cuidados;
4. Desenvolvimento com os Estados-Membros de um modelo
da UE sobre a segurança do doente e qualidade dos padrões de cuidados para
alcançar um entendimento comum deste conceito na UE;
5. Reflexão com os Estados-Membros sobre a questão da
reparação, tal como previsto na Directiva 2011/24/UE;
6. Incentivar o desenvolvimento de formação/informação para
doentes, familiares e cuidadores informais, utilizando ferramentas de tecnologias
de comunicação e informação; actualização regular e divulgação do guia sobre
educação para a segurança do doente e treino para profissionais de saúde; e
7. Incentivar a notificação de incidentes como uma ferramenta
para difundir uma cultura de segurança do doente; actualização regular e
divulgação do guia sobre a criação e o funcionamento de sistemas de notificação
e aprendizagem.
Deixamos ainda a referência a uma infografia, divulgada pela Comissão Europeia, sobre a Segurança do Doente na EU:2014.
Fernando Fausto M. Barroso
Olá
ResponderEliminarAprender com os erros ainda é uma dificuldade enorme, pois dificilmente reconhecemos que errámos.
Muitas das vezes a falha/erro, é «uma complicação que estava prevista».... e quando assim é, os erros, muito provavelmente continuarão a ocorrer....
Cumprs
Augusto