Não, não estou a dizer que não devemos notificar incidentes (resultem eles em dano ou não para o doente). O que estou a querer dizer é que devemos refletir sobre o que aconteceu antes de correr para um formulário de notificação, muitas vezes "a quente" e escrever aquilo que acabámos de viver.
É significativo o
número de relatos enviados cujo conteúdo resulta de uma clara falta de
planeamento prévio do próprio profissional, que com essa lacuna, se coloca a si
e aos doentes à sua responsabilidade, em risco.
A notificação de
um incidente, enquanto ferramenta reactiva, deveria ser das últimas ferramentas
a utilizar no âmbito da "Segurança do Doente".
• A forma como desenvolvemos o nosso trabalho é a mais simples possível para o nosso cliente (Doente ou outro Serviço) e para nós próprios?
• O que podemos melhorar/mudar, para facilitar a experiência do nosso cliente (Doente ou outro Serviço)?
• E
principalmente - A que riscos estão sujeitos os nossos doentes (erros,
atrasos, danos) e como podemos eliminar ou diminuir esses riscos?
Estas perguntas,
aparentemente simples, podem literalmente transformar qualquer Serviço.
Existem ferramentas adequadas e comprovadas que podemos utilizar para promover esta mudança. Basta querer.
O que não devemos
é utilizar um formulário de relato para "descarregar" as nossas
frustrações acerca de acontecimentos que deveríamos ter conseguido antecipar, e
nos quais somos os principais responsáveis.
Fernando Barroso
UM DIA SERÁS TU O DOENTE!
#segurancadodoente