quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Incidente! Evento Adverso! Devo notificar?

Por vezes, mais importante do que notificar um incidente, importa refletir sobre o que não deve ser notificado.

Não, não estou a dizer que não devemos notificar incidentes (resultem eles em dano ou não para o doente). O que estou a querer dizer é que devemos refletir sobre o que aconteceu antes de correr para um formulário de notificação, muitas vezes "a quente" e escrever aquilo que acabámos de viver.

É significativo o número de relatos enviados cujo conteúdo resulta de uma clara falta de planeamento prévio do próprio profissional, que com essa lacuna, se coloca a si e aos doentes à sua responsabilidade, em risco.

A notificação de um incidente, enquanto ferramenta reactiva, deveria ser das últimas ferramentas a utilizar no âmbito da "Segurança do Doente".

 Antes, e com uma postura proactiva, de desenvolvimento e mudança, os profissionais e respectivos Serviços, devem observar de forma critica o seu desempenho, as suas actividades correntes e, colocando o doente no centro da sua actividade, colocar as seguintes perguntas:
Podemos simplificar o nosso sistema de trabalho?
A forma como desenvolvemos o nosso trabalho é a mais simples possível para o nosso cliente (Doente ou outro Serviço) e para nós próprios?
O que podemos melhorar/mudar, para facilitar a experiência do nosso cliente (Doente ou outro Serviço)?
E principalmente - A que riscos estão sujeitos os nossos doentes (erros, atrasos, danos) e como podemos eliminar ou diminuir esses riscos?

Estas perguntas, aparentemente simples, podem literalmente transformar qualquer Serviço.

Existem ferramentas adequadas e comprovadas que podemos utilizar para promover esta mudança. Basta querer.

O que não devemos é utilizar um formulário de relato para "descarregar" as nossas frustrações acerca de acontecimentos que deveríamos ter conseguido antecipar, e nos quais somos os principais responsáveis.
Fernando Barroso

UM DIA SERÁS TU O DOENTE!
#segurancadodoente