"Tendo presente todos os aspetos éticos ligados à avaliação de desempenho, o avaliador deve estar atento a alguns erros que pode cometer no decorrer do processo de avaliação, nomeadamente:
O efeito de halo (tendência em estender uma avaliação
positiva ou negativa de um colaborador para todos os itens da avaliação, sem
fazer uma análise adequada de cada um dos fatores, isto é, se o colaborador é
bom numa função, automaticamente é bom nas demais);
O efeito de tendência central, que consiste na
atribuição, por parte do avaliador, de notas muito altas para não prejudicar o
avaliado ou evitar notas muito baixas, para não ter de as justificar;
O erro da primeira impressão, ou seja, "a
primeira impressão é a que fica". O avaliador não pode recorrer a
avaliações passadas, mas sim centrar-se no presente;
O erro de fadiga/rotina, que ocorre quando o
avaliador faz muitas avaliações seguidas e chega a um certo ponto em que já não
consegue distinguir os avaliados;
O erro de estereótipo, quando o avaliador estabelece
um estereótipo em relação ao desempenho do avaliado e esta situação não se
altera, nem com o processo de avaliação de desempenho, mesmo que o desempenho
seja superior ou inferior ao estereótipo estabelecido pelo avaliador,
O erro da tendência
central, que é um erro de classificação de desempenho, em que todos os colaboradores têm classificação média;
O erro de precisão,
quase na oposição do erro da tendência central, em que o avaliador tende a dar aos colaboradores
classificações excecionalmente boas ou más;
Erro da profecia autoconfirmatória, em que o
avaliador gera expectativas fracas sobre o colaborador desde o início do
processo de avaliação, as quais podem traduzir-se num mau desempenho;
Inveja, em que o avaliador sabe que o avaliado é bom,
mas a avaliação não o demonstra, pois tem medo de criar um concorrente que
ocupe a sua posição na organização."
(Fonte: Fernando Sousa e Maria João Mano. Gerir com Qualidade em Saúde. p210; 2022. LIDEL)
O processo de avaliação SIADAP é tudo menos simples.
O Avaliador tem uma enorme responsabilidade na credibilização de todo o processo. É fundamental deter um conhecimento profundo de todo o processo e capacitar os avaliados com o máximo de informação, e mesmo assim o avaliador correrá sempre o risco de ser catalogado como "injusto".
A verdade é que todos - Avaliadores e Avaliados - são co-responsáveis em todo o processo.
Trago aqui este tema porque considero que a "avaliação do desempenho" é também uma ferramenta a utilizar para promover a segurança do doente.
Para evitar TODOS estes erros é porque um dia também sou doente, a idoneidade deste tipo de avaliação será sempre ineficaz e execrável uma vez que, o foco é a qualidade e segurança dos cuidados prestados ao doente, pelo que, se este é o centro das atenções, o doente será o único capaz de avaliar-me e na sua ausência cognitiva, a pessoa de referência poderá fazê-lo e na ausência desta, será os meus pares a fazerem-no! Os líderes estão distantes, sentados numa cadeira a olhar para um computador e não questionam os doentes ou pessoa de referência, sobre como são cuidados e tratados pelos enfermeiros. Avaliação obsoleta e desajustada ao foco, qualidade e segurança dos doentes.
ResponderEliminarVerdade. A minha chefe nunca trabalhou ao meu lado. Mal sai do gabinete. Passo semanas sem a ver. Os relevantes foram para os amigos, apesar do meu esforço e resultados demonstrados. Conforto-me com o reconhecimento dos meus colegas. Em breve vou-me embora.
Eliminar