A falta de civismo e bullying na
sala de operações é um problema comum, mas perigoso.
De acordo com um artigo na edição de
Janeiro de 2017 do AORN
Journal, 88% dos enfermeiros têm testemunhado falta de civismo por
parte de médicos e 48% dos médicos têm notado falta de civismo por parte dos enfermeiros.
Não só o bullying e a falta de
civismo afectam a saúde dos trabalhadores, bem-estar e satisfação no trabalho, como
também podem afectar negativamente os doentes. "A constelação de acções de
falta de civismo mas também de inacção pode resultar em erros fatais,
complicações evitáveis e até mesmo a morte de um doente", escreveram as
autoras.
No artigo do AORN Journal, escrito
por Cynthia Clark, PhD, RN, e Diane Kenski, BSN, RN, é descrito um exemplo de falta
de civismo envolvendo um cirurgião que não quis participar num “time-out” dirigido
por uma enfermeira recentemente chegada ao Bloco Operatório, menosprezando a
enfermeira na frente dos outros.
Clark e Kenski dão de seguida exemplos
de como o hospital, o enfermeiro chefe e o enfermeiro afectado devem responder
a essa situação.
Resposta do Hospital
"A falta de civismo na sala de
operações normalmente não é um problema isolado", escreveram. " É
necessária uma intervenção administrativa e de gestão para mudar a cultura da instituição
para uma cultura de segurança, civismo e comunicação eficaz."
As autoras recomendaram as seguintes
etapas para hospitais:
- Alinhar as declarações organizacionais com princípios de civismo e respeito
- Avaliar os padrões de comportamento profissional em avaliações do desempenho anuais de pessoal
- Implementar elementos de uma cultura justa, tais como investigar a motivação ou o propósito por detrás do comportamento incivilizado
- Recompensar o civismo
- Utilizar programas como o TeamSTEPPS ou outras ferramentas para melhorar a comunicação e o civismo
Resposta do Enfermeiro Chefe
"Os enfermeiros chefes desempenham
um papel significativo na partilha de informações sobre a falta de civismo e os
seus efeitos nocivos e podem assumir a liderança no estabelecimento de códigos de
conduta civica, co-criação de normas de comportamento desejado, implementar políticas e recompensando o civismo", escrevem as autoras. Os
enfermeiros chefes "definem o tom para os tipos de interacções
profissionais que são esperados no local de trabalho."
Além disso, o enfermeiro chefe pode
mostrar o seu apoio ao enfermeiro afectado, reforçar a importância do
enfermeiro defender e garantir a segurança do doente e também interpelar o cirurgião
para reforçar a necessidade de uma comunicação baseada no respeito mutuo.
Resposta do Enfermeiro Afectado
As autoras referem que "Responder
de imediato a um acto de falta de civismo quando este acontece parece ser a táctica
mais bem sucedida para parar esse tipo de comportamento, especialmente quando a
segurança do doente é ameaçada,”. "Os Enfermeiros precisam de se afirmar
quando têm preocupações."
As autoras sugerem que os
enfermeiros pratiquem frases predeterminadas que podem usar para responder de
imediato a situações de falta de civismo.
"Os enfermeiros devem estar bem
equipados para reconhecer e combater a falta de civismo numa miríade de níveis através
de toda a organização. Isto requer uma colaboração organizacional multi-nível para promover e manter o civismo e promover uma comunicação eficaz para
proteger a segurança do doente", concluíram as autoras.
Este artigo relembra-nos a importância da comunicação enquanto instrumento de segurança do doente.
Sem uma comunicação efectiva a segurança do doente é posta em causa.
E tu. Como reages às faltas de civismo no teu local de trabalho. Que estratégias utilizas?
Fernando Barroso
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