Aumentar a Segurança na
Utilização da Medicação é o 4º objetivo estratégico
do Plano Nacional para a Segurança dos Doentes 2015-2020 (PNSD-15-20).
Este artigo está dividido da seguinte
forma:
·
O QUE NOS DIZ O PNSD-15-20
·
METAS PARA O 4º OBJECTIVO
·
ACÇÕES A DESENVOLVER
·
ESTRATÉGIAS E ACÇÕES CONCRETAS A
IMPLEMENTAR
O QUE NOS DIZ O PNSD-15-20
A
toma de medicamentos, prescritos pelo médico ou em automedicação, é um ato
comum no quotidiano da população.
A
literatura internacional refere que 82%
da população adulta toma, pelo menos, um medicamento e 29% toma cinco ou mais medicamentos.
A
polimedicação é, portanto, uma realidade frequente na sociedade dos nossos
dias, resultado da presença de inúmeras comorbilidades associadas à doença
crónica, em especial no doente idoso.
O
medicamento, apesar do fim a que se destina ser benéfico, pode apresentar
efeitos colaterais ou reacções intermedicamentosas, existindo, ainda,
probabilidade acrescida de ocorrência de incidentes.
A
Organização Mundial de Saúde estima que entre 8% e 10% dos doentes internados
em cuidados intensivos e cerca de 13% dos doentes em ambulatório são vítimas de
incidentes, devido a práticas pouco seguras na utilização da medicação, gerando
encargos financeiros avultados para os sistemas de saúde.
(…)
as instituições prestadoras de cuidados de saúde devem adoptar boas práticas relativamente à validação ou dupla-validação de procedimentos, ao reforço da atenção na preparação e
administração de medicação, à correta
documentação e à monitorização da terapêutica, (…), os cidadãos devem ser activamente envolvidos na utilização da medicação e os profissionais devem
assegurar a reconciliação da terapêutica
nos momentos de transferência e de transição de cuidados do doente.
A
RECONCILIAÇÃO TERAPÊUTICA é um
processo de verificação da lista completa
da medicação de cada doente, que deverá ser realizada sempre que existe uma
nova prescrição de medicação, através da confrontação da prescrição actual de
medicamentos face à já existente. Sempre que houver discrepâncias, estas devem
ser discutidas entre os médicos prescritores, de forma que seja seleccionada a
medicação mais adequada à situação clínica do doente. Todas as alterações efectuadas devem ser devidamente registadas no processo do doente.
As
instituições devem implementar especificamente estratégias que assegurem o uso
seguro dos medicamentos de alto risco, ou seja, aqueles medicamentos que têm um
risco potencial de causar danos graves ou até mesmo fatais no curso da sua
utilização, bem como dos medicamentos com nome ortográfico e/ou fonético e/ou aspecto semelhante, conhecidos como medicamentos “Look-alike” e “Sound-alike” ou
simplesmente medicamentos LASA.
METAS PARA O 4º OBJECTIVO
1)
90% das instituições prestadoras de cuidados de saúde implementou práticas
seguras de medicação de acordo com os normativos nacionais.
2)
Reduzir 50% em cada ano, face ao ano anterior, o número de ocorrências
relacionadas com erro de medicação nas instituições do Serviço Nacional de
Saúde ou com ele convencionado.
ACÇÕES A DESENVOLVER
(pelas Instituições prestadoras de
cuidados de saúde do Serviço Nacional de Saúde e com ele convencionado)
Implementar
práticas seguras no âmbito dos medicamentos com nome ortográfico, fonético ou
aspeto semelhantes.
Norma nº 020/2014 de 30/12/2014-
Medicamentos com nome ortográfico, fonético ou aspeto semelhantes
Implementar
práticas seguras no âmbito dos medicamentos de alto risco.
Norma nº 014/2015 de 06/08/2015-
Medicamentos de alerta máximo
Orientação nº 14/2015, de 17/12/2015- Processo de Gestão da
Medicação
Implementar
práticas seguras no âmbito da reconciliação terapêutica.
Norma nº 18/2016, de 30/12/2016- Reconciliação da medicação
Auditar,
semestralmente, as práticas seguras da medicação
ESTRATÉGIAS E ACÇÕES CONCRETAS A IMPLEMENTAR
A
“Segurança na Utilização da Medicação” é uma tarefa multidisciplinar (Doente incluído). Sem um empenho
semelhante do Médico
(na correta prescrição) do Farmacêutico (na adequada dispensa) e do Enfermeiro
(na correta preparação, administração e monitorização), a segurança do doente estará posta em causa.
As
“ferramentas” existem (Normas e Orientações). Cabe a cada
Instituição/Serviço/Profissional a sua adaptação ao contexto de trabalho, a sua implementação, cumprimento e monitorização.
Fernando Barroso
UM DIA SERÁS
TU O DOENTE!
#umdiaserastuodoente
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