quinta-feira, 29 de agosto de 2024

Regras para a Identificação Inequívoca do Corpo do Doente após a morte

 

A Identificação Inequívoca do Doente é uma das estratégias incluídas no Plano Nacional Para a Segurança dos Doentes 2021-2026.

Uma correta identificação do doente é fundamental (e imprescindível), desde o momento da admissão num serviço de saúde, durante a prestação de cuidados de saúde e também, no fim de vida.

Não tenho conhecimento de quais os fatores contribuintes que levaram à ocorrência do incidente noticiado no jornal "Correio da Manhã" do dia 29/08/2024, mas é muito fácil perceber que, para a Família da "idosa", o impacto terá sido devastador. Uma dupla perda.

Não importa apontar culpados. 

Importa sim investigar para perceber o que aconteceu e como, com o objetivo de aprender com o erro e implementar as medidas corretivas necessárias para que este incidente não volte a acontecer.

O conhecimento existe:

  1. Após o óbito, deve ser confirmada a identificação da pessoa antes da emissão do certificado de óbito;
  2. A equipa de enfermagem deve preparar o corpo para envio à morgue, confirmando a identificação da pessoa.
  3. Caso ocorram mais do que um óbito em simultâneo no serviço (não é difícil de acontecer), nunca se devem preparar as etiquetas de identificação dos corpos em simultâneo.
  4. Na preparação do corpo, deve ser sempre colocada uma etiqueta com a sua identificação junto ao corpo, e uma nova etiqueta no exterior (do lençol ou saco utilizado).
  5. Não deve ser removida a pulseira de identificação que a pessoa tinha colocada no momento do óbito, e caso a mesma não esteja legível, esta deve ser substituída por outra pulseira nova com a identificação legível.
  6. Na morgue, o pessoal só deve remover a pulseira de identificação do corpo, depois de todos os procedimentos necessários, e no momento da entrega do corpo à Família/Agencia Funerária.
  7. No momento da entrega do corpo, deve ser realizada um dupla verificação da identificação do corpo, entre os documentos legais exigidos e a identificação do corpo. Este é um passo critico, e normalmente onde a falha ocorre.
  8. Não se deve permitir que Agencias diferentes (e por vezes a mesma agencia) façam o levantamento do corpo de mais do que uma pessoa em simultâneo (dessa forma aumenta o risco de troca).
Sabemos que, pela influência dos Fatores Humanos a que todos estamos sujeitos, que o erro pode ocorrer. Mas temos a obrigação de avaliar o risco e de implementar boas práticas que reduzam o risco identificadoEssa responsabilidade é da Instituição e dos seus profissionais.

UM DIA SERÁS TU O DOENTE!
#umdiaserastuodoente
Fernando Barroso
https://fernandobarroso.gumroad.com/

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