sábado, 26 de dezembro de 2020

A Família e a Segurança do Doente Internado | #SD405


Num período em que tem sido imposto às Famílias um afastamento dos seus Doentes internados em Hospitais, Unidades de Cuidados Continuados e Lares (mas que aos poucos começa a ser revertida), é importante perceber como é que esta presença pode influenciar a Segurança do Doente.

Deixo o link para o artigo A Família e a Segurança do Doente Internado: revisão integrativa da literatura, que nos ajuda a compreender melhor este fator contribuinte para a segurança dos nossos doentes.

Parabéns pelo artigo Enfermeira Tânia Correia.

Fernando Barroso

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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

A Importância das visitas ao Doente Internado | #SD404


A Pandemia COVID-19 veio impor a todos nós medidas extraordinárias. Uma delas foi a restrição das visitas aos doentes internados (em hospitais, unidades de cuidados continuados, lares de 3ª idade). 

A medida, de elementar lógica epidemiológica, trouxe consigo muita ansiedade e desespero para aqueles que tinham nestas visitas um contato com a “vida” e uma hipótese de aliviar um pouco o seu sofrimento.

 

Voltar a permitir visitas nas Unidades Hospitalares é uma medida de elementar justiça, ética e moral. É isso que a recente Orientação DGS nº 038/2020 de 17/12/2020 vem propor (clica no link para ler a norma).

Mas são muitos os desafios de segurança do doente que se colocam.

 

A Orientação refere inúmeros aspetos a respeitar. Por exemplo, a visita terá de:

  • Manter o distanciamento físico entre visitante, utente e profissionais de saúde;
  • Conhecer e aplicar a Etiqueta respiratória;
  • Utilizar corretamente a máscara cirúrgica;
  • Higienizar frequentemente as mãos.

 

Mas existem muitos outros aspetos a considerar, que implicam a realização de um ensino à visita (a maioria só sabe o que vê nas redes sociais e sabemos como essa informação pode ser distorcida). 

A visita vai ter de ser orientada acerca de que circuito deve seguir, como efetuar a higiene das mãos, e como deve usar a máscara, mas também onde pode ou não tocar (não pode em nada), que instalações sanitárias podem usar...

 

Como fazer? Deixo algumas sugestões:

Promover o ensino e o envolvimento da Visita. O ideal seria realizar um pequeno vídeo educativo. Um PowerPoint que depois é transformado em vídeo e é apresentado antes da visita ocorrer (embora nem todos tenham este recurso).

 

Construir um folheto orientador (simples) com as recomendações que a visita deve cumprir (usar imagens simples e pouco texto – Apostar no que a visita tem de saber e tem de fazer. O folheto deve ser simples (não sei se já tinha dito que deve ser simples).

 

Antes da visita entrar, perguntar – Para a segurança do seu familiar/amigo eu quero ter a certeza de que compreendeu as regras, por isso, pode por favor dizer-me quais são as regras que vai cumprir?

Com esta estratégia (Teache-back) estamos a confirmar a informação que foi compreendida pela visita e poderemos corrigir o que for necessário.

 

Criar um documento de registo simples (documento em A4) que permita registar (conforme a Orientação sugere) a identificação da data, hora, e nome do doente visitado, bem como nome e contacto telefónico do visitante. Cada Serviço terá de decidir onde e como guarda e depois elimina esta informação.


Caberá a cada Instituição definir em concreto as suas regras, mas há um aspeto essencial – Para a pessoa doente, a possibilidade de ter uma visita é absolutamente fundamental (digo isto com experiencia própria), e tudo devemos fazer para que tal ocorra.


E tu, na tua Instituição/Serviço, que estratégias são usadas e que possas aqui partilhar para que todos possam aprender com as diferentes experiencias?

Fernando Barroso

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sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Webinar: Abordagem à Segunda Vítima de Evento Adverso | #SD403

Sempre que ocorre um evento adverso (um incidente de segurança do doente que causa dano ao doente) estão envolvidos profissionais de saúde, que também sofrem com esse incidente. São as "segundas vítimas" desses incidentes.

Para ver, e aprender, com atenção.


Fernando Barroso

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domingo, 6 de dezembro de 2020

A Influência do Enfermeiro Gestor na Segurança do Doente | #SD402

 


Participei recentemente num webinar dirigido a alunos de uma pós-graduação em Gestão de Serviços de Saúde, tendo por base a temática da Segurança do Doente. Para além dos aspetos básicos do papel do Enfermeiro Gestor na garantia da Segurança dos Doentes e dos Profissionais, entendi ser fundamental explorar alguns princípios que um Enfermeiro Gestor deve considerar, quer no momento atual de prestação de cuidados a Doentes COVID, quer ao longo do seu percurso como gestor.

 

Considero que além das necessárias capacidades de gestão de recursos humanos e materiais, compete ao Enfermeiro Gestor contribuir para uma comunicação efetiva dentro da sua equipa.

Podia ter referido muitos outros aspetos, mas foram estes os 4 princípios para os quais chamei a atenção:

 

O Enfermeiro Gestor deve partilhar o máximo de informação possível;

Apenas com uma partilha adequada do fluxo de informação será possível fazer crescer nos elementos da equipa um sentimento de inclusão e de partilha da “verdade” a cada momento.

O momento adequado para partilha a informação também é importante. Isso pode fazer a diferença entre a angustia ou a motivação.

 

O Enfermeiro Gestor deve interpretar os sinais da equipa;

Há momentos no dia-a-dia de uma equipa em que a tensão é tão evidente como um nevoeiro espeço numa manhã de inverno. Compete ao Enfermeiro gestor intervir para desanuviar essa tenção. Seja através de um maior apoio pontual, seja através de palavras de incentivo, mas mais importante, através da sua presença, empatia e liderança.

Mas também existem momentos em que a equipa (ou algum dos seus elementos) apenas quer ser deixada em paz. Há que saber discernir.

 

O Enfermeiro Gestor deve encontrar válvulas de escape para a pressão:

Considero que nos dias que vivemos, há poucas ferramentas para um enfermeiro gestor mimar a sua equipa (e uso a palavra no sentido literal de “tratar com mimo, acarinhar”). Mas os Enfermeiros estão cansados de falsas promessas, pelo que as opções já não são muitas. Mas restam algumas:

O enfermeiro gestor tem de fazer uma gestão do horário da sua equipa com justiça e equidade, respeitando a lei em vigor. Todos os enfermeiros, quando recebem o seu horário de trabalho, avaliam “aquilo que lhes calhou”, mas também o que foi dado aos outros colegas. A comparação está sempre presente.

O enfermeiro gestor tem de saber identificar e gerir os conflitos internos da equipa. Tal como um arbitro num campo de futebol, se não existir uma intervenção adequada, o jogo pode tornar-se muito feio, e todos ficam a perder.

O enfermeiro gestor tem de conversar para entender; como Enfermeiro Gestor sou bombardeado com informação a todo o momento. Mas como diz o ditado, “quem conta um conto, acrescenta um ponto”. É competência do Enfermeiro Gestor saber ouvir e conversar para entender a posição de todas as partes envolvidas. Nem sempre essa é uma possibilidade real, mas não devemos decidir sem pelo menos tentar obter o máximo de informação possível de todas as partes envolvidas. Só assim seremos justos na decisão.

 

O Enfermeiro Gestor deve ser um exemplo, dia após dia.

De pouco serve pedir a alguém que faça aquilo que eu não estou disposto a fazer.

Se algum elemento da equipa chega frequentemente atrasado à passagem de turno, mas o Enfermeiro Gestor também lá não está, que mensagem estamos a transmitir?

Se eu passo o tempo fora do serviço ou no café, que legitimidade tenho para pedir mais presença e empenho da minha equipa.

O exemplo é a melhor ferramenta que um Gestor pode usar para formatar a sua equipa para um desempenho de excelência.

Dificilmente um Enfermeiro Gestor pode ser excelente se a sua equipa não o acompanhar. Estamos ligados uns aos outros.


Fernando Barroso

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