quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Decreto-Lei nº 121/2013 Vs Sistema Nacional de Notificação de Incidentes e Eventos Adversos
Publicado no passado dia 22 de agosto, o Decreto-Lei 121/2013 estabelece o regime jurídico relativo à prevenção de feridas provocadas por dispositivos médicos corto-perfurantes que constituam equipamentos de trabalho nos setores hospitalar e da prestação de cuidados de saúde, … Embora necessário (e obrigatório, uma vez que se trata de uma transposição de uma diretiva comunitária) este decreto introduz também a noção de obrigatoriedade de notificação deste tipo de incidentes num sistema de notificação de incidentes e eventos adversos, que cumpra com os princípios de Cultura de não atribuição de culpas, com enfoque do procedimento de notificação de incidentes em fatores sistémicos e não em erros individuais, e numa cultura de promoção da notificação sistemática, com carácter pedagógico e não punitivo. Pouco a pouco as noções e princípios da Segurança do Doente e da Cultura de Segurança começam a entrar também na própria legislação e este é um aspeto que faço questão de realçar.
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
5 Dicas para não cair em “Armadilhas” na Análise de Incidentes/Eventos Adversos
Quando um relato de incidente/evento
adverso chega à equipa de análise e este inclui uma descrição do incidente em
texto livre, é fundamental que o responsável pela análise do mesmo nunca
esqueça que a descrição efetuada não
reflete toda a informação nem contêm a opinião de todas as partes
envolvidas.
Se não existir o devido cuidado, corremos o risco de cair na “armadilha” de considerar, que aquilo que nos é comunicado constitui a única verdade e o único ponto de vista válido.
A realidade tem demonstrado que tal não é assim.
Para evitar que isso aconteça partilho 5 dicas para não cair em armadilhas na fase de análise:
Se não existir o devido cuidado, corremos o risco de cair na “armadilha” de considerar, que aquilo que nos é comunicado constitui a única verdade e o único ponto de vista válido.
A realidade tem demonstrado que tal não é assim.
Para evitar que isso aconteça partilho 5 dicas para não cair em armadilhas na fase de análise:
1. Isolar
o Problema.
Lê
a descrição do incidente e tenta identificar os problemas contidos na
descrição. Muitas vezes uma descrição emotiva e “quente” “esconde” a verdadeira
(causa) raiz.
2. Confirma
os “factos” referidos.
Sempre
que surge a menor dúvida, devemos contactar todas as partes
referidas/envolvidas e confirmar os dados encontrados.
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Incidente! Evento Adverso! Devo notificar?
Por vezes, mais importante do que notificar um incidente, importa refletir sobre o que não deve
ser notificado.
Não, não estou a dizer que não devemos notificar incidentes (resultem eles em dano ou não para o doente). O que estou a querer dizer é que devemos refletir sobre o que aconteceu antes de correr para um formulário de notificação, muitas vezes "a quente" e escrever aquilo que acabámos de viver.
Antes, e com uma
postura proactiva, de desenvolvimento e mudança, os profissionais e respectivos
Serviços, devem observar de forma critica o seu desempenho, as suas actividades
correntes e, colocando o doente no centro da sua actividade, colocar as seguintes perguntas:
• Podemos
simplificar o nosso sistema de trabalho?
• A forma como desenvolvemos o nosso trabalho é a mais simples possível para o nosso cliente (Doente ou outro Serviço) e para nós próprios?
• O que podemos melhorar/mudar, para facilitar a experiência do nosso cliente (Doente ou outro Serviço)?
Existem ferramentas adequadas e comprovadas que podemos utilizar para promover esta mudança. Basta querer.
Não, não estou a dizer que não devemos notificar incidentes (resultem eles em dano ou não para o doente). O que estou a querer dizer é que devemos refletir sobre o que aconteceu antes de correr para um formulário de notificação, muitas vezes "a quente" e escrever aquilo que acabámos de viver.
É significativo o
número de relatos enviados cujo conteúdo resulta de uma clara falta de
planeamento prévio do próprio profissional, que com essa lacuna, se coloca a si
e aos doentes à sua responsabilidade, em risco.
A notificação de
um incidente, enquanto ferramenta reactiva, deveria ser das últimas ferramentas
a utilizar no âmbito da "Segurança do Doente".
• A forma como desenvolvemos o nosso trabalho é a mais simples possível para o nosso cliente (Doente ou outro Serviço) e para nós próprios?
• O que podemos melhorar/mudar, para facilitar a experiência do nosso cliente (Doente ou outro Serviço)?
• E
principalmente - A que riscos estão sujeitos os nossos doentes (erros,
atrasos, danos) e como podemos eliminar ou diminuir esses riscos?
Estas perguntas,
aparentemente simples, podem literalmente transformar qualquer Serviço.
Existem ferramentas adequadas e comprovadas que podemos utilizar para promover esta mudança. Basta querer.
O que não devemos
é utilizar um formulário de relato para "descarregar" as nossas
frustrações acerca de acontecimentos que deveríamos ter conseguido antecipar, e
nos quais somos os principais responsáveis.
Fernando Barroso
UM DIA SERÁS TU O DOENTE!
#segurancadodoente
domingo, 11 de agosto de 2013
O relatório Berwick sobre segurança dos doentes (no Reino Unido)
Acaba de ser divulgado (06ago2013) o relatório e 3 cartas elaborados por Don Berwick, sobre segurança dos doentes no sistema de saúde do Reino Unido.
As conclusões do relatório e as sugestões (simples e pragmáticas) para a melhoria do sistema, aplicam-se na íntegra a Portugal.
Do sumário executivo consta:
As conclusões do relatório e as sugestões (simples e pragmáticas) para a melhoria do sistema, aplicam-se na íntegra a Portugal.
Do sumário executivo consta:
- Place the quality of patient care, especially patient safety, above all other aims.
- Engage, empower, and hear patients and carers at all times.
- Foster whole-heartedly the growth and development of all staff, including their ability and support to improve the processes in which they work.
- Embrace transparency unequivocally and everywhere, in the service of accountability, trust, and the growth of knowledge.
Gestão Segura de Resíduos – Novo livro da OMS
WHO Updates Healthcare Waste Management Handbook
A primeira edição foi publicada em 1999.
Algumas das mudanças incluem um capítulo alargado de fontes e tratamento de águas residuais e a adição de dois capítulos: um sobre a gestão de resíduos resultantes da prestação de cuidados de saúde em caso de emergência e um sobre doenças emergentes, organismos resistentes a drogas, mudanças climáticas e avanços tecnológicos que precisam ser considerados, nos futuros sistemas de resíduos de saúde.
Pode fazer aqui o download do livro “Safe management of wastes from health-care activities”
A Organização Mundial de Saúde acaba de publicar a segunda edição do seu manual sobre gestão segura de resíduos resultantes da prestação de cuidados
de saúde, conhecido como "Livro
Azul".
A segunda edição do manual, "Gestão Segura de Resíduos resultantes da
prestação de cuidados de saúde", foi aumentada e atualizada,
incluindo agora informações sobre a gestão segura,
sustentável e acessível dos resíduos
resultantes da prestação de cuidados de saúde.A primeira edição foi publicada em 1999.
Algumas das mudanças incluem um capítulo alargado de fontes e tratamento de águas residuais e a adição de dois capítulos: um sobre a gestão de resíduos resultantes da prestação de cuidados de saúde em caso de emergência e um sobre doenças emergentes, organismos resistentes a drogas, mudanças climáticas e avanços tecnológicos que precisam ser considerados, nos futuros sistemas de resíduos de saúde.
Pode fazer aqui o download do livro “Safe management of wastes from health-care activities”
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Como analisar um Incidente?
Perante um incidente/evento adverso, o que devo fazer para dar início à
sua análise?
Que questões devo colocar para retirar deste incidente o máximo de
informação que permita a adoção de medidas corretivas por forma a evitar ou
diminuir a probabilidade deste incidente voltar a acontecer?
Este é o verdadeiro desafio. Mas a verdade é que muitos responsáveis
dos Serviços olham para um incidente e apenas conseguem vê-lo isoladamente e,
pior ainda, tem de existir um responsável.
James
Reason, com o seu trabalho, em especial a obra Human Error, apresentou-nos a teoria da falibilidade humana e a noção de que
os sistemas em que os humanos estão integrados e trabalham, são na verdade os
principais responsáveis e fonte de incidentes.
Perante
um incidente, que questões devo então colocar, para dirigir a minha análise?
Porquê
é que este incidente ocorreu? – Esta é sem dúvida a questão mais básica,
mas será útil apenas se correctamente utilizada, repetindo a questão “porquê?” sucessivamente
após cada resposta, pelo menos cinco vezes. Desta forma conseguimos aproximar-nos
das causas raiz que originaram o incidente.
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