Aumentar a Segurança
da Comunicação é o 2º objectivo estratégico do Plano Nacional para a
Segurança dos Doentes 2015-2020 (PNSD-15-20).
Neste artigo partilho contigo sugestões para implementar este objectivo no terreno.
O QUE NOS DIZ O
PNSD-15-20
“Sendo a comunicação um pilar fundamental para a
segurança do doente, em especial quando existe transferência de
responsabilidade da prestação de cuidados de saúde, como é o caso das transições,
como as mudanças de turno e as
transferência ou altas dos doentes, as instituições prestadoras de
cuidados de saúde devem implementar procedimentos normalizados para assegurar
uma comunicação precisa e atempada de informações entre os profissionais de
saúde, evitando lacunas na comunicação, que podem causar quebras graves na
continuidade de cuidados e no tratamento adequado, potenciando, assim, os
incidentes com dano para o doente.”
O texto do PNSD 15-20 continua depois referindo áreas de especial atenção, a saber:
- “assegurar o diálogo
seguro entre sistemas electrónicos
de informação e a integração de
múltiplos desses sistemas
- “partilha interprofissional,
interinstitucional e entre nível de cuidados, do conhecimento na área da qualidade e da segurança dos doentes.
- “difusão de
orientações e de normas nacionais de boa prática profissional”.
- “informação
disponibilizada aos profissionais de saúde e aos cidadãos (que) permita a comparação entre produtos,
técnicas, práticas profissionais, estruturas ou modelos de organização.”
- “os doentes sejam
informados e integrados na equipa
que lhes presta cuidados de saúde”.
- “informação e
esclarecimento do cidadão, (…), procurando garantir que, para além de
receber informação sobre os riscos e benefícios potenciais de cada procedimento
diagnóstico ou terapêutico que lhe é dirigido, o doente dê o seu consentimento informado, esclarecido e
livre para a sua prestação.”
- “(…) promover acções locais de sensibilização e de informação
ao cidadão, em especial nas áreas da prevenção e controlo da infecção, da
resistência aos antibióticos, do uso seguro da medicação e do consentimento
informado.”
No PNSD-15-20,
para este 2.º objectivo estratégico (Aumentar a Segurança da Comunicação) foram
definidas as seguintes Metas para o
final de 2020:
- 90% dos sistemas informáticos dos Serviços de Urgência e
dos Serviços de Internamento das instituições hospitalares intercomunicam.
- 100% das instituições prestadoras de cuidados de saúde
têm plano de contingência de recuperação das aplicações e dados/processo
clínico dos doentes em situações extremas (disaster recovery).
- 100% das instituições prestadoras de cuidados de saúde
têm de garantir disponibilidade dos sistemas de informação superior a 99,9%, para
garantir que não ocorram paragens de funcionamento.
- 90% dos Agrupamentos de Centros de Saúde têm acesso às
notas de alta das entidades hospitalares de referência.
É verdade que estas metas estão relacionadas com
sistemas informáticos, mas ao analisar as acções propostas encontramos orientação para, como profissionais
de saúde no terreno, contribuir
para o aumento da segurança da comunicação com os nossos doentes e colegas
de trabalho. As acções propostas às “Instituições
prestadoras de cuidados de saúde do Serviço Nacional de Saúde e com ele
convencionadas” são:
- Executar acções de sensibilização e de informação ao
cidadão
- Realizar auditorias internas à transferência de informação
nas transições, transferências e altas dos doentes.
SUGESTÕES DE ESTRATÉGIAS
OU ACÇÕES CONCRETAS QUE PODEMOS IMPLEMENTAR
- Divulgar a norma na Instituição/Serviços.
- Promover acções de formação institucional em grupos
multiprofissionais.
- Criar um modulo de formação interna replicável pelos
diferentes Serviços de forma autónoma.
- Auditar a aplicação da norma (nota, o documento já contem
uma grelha de auditoria pronta a utilizar.
- Promover reuniões estruturadas nos serviços sobre a temática
da “Comunicação”.
- Promover reuniões periódicas entre as Comissões da
Qualidade e Segurança das Instituições da mesma área de influencia (Hospitais e
Agrupamentos de Centros de Saúde) para partilha de informação/boas práticas em
segurança do doente.
- Difundir técnicas de melhoria da comunicação via telefone,
por exemplo o “readback” (ler de volta: leia o que você escreveu ou
reler) em que o objectivo é que seja confirmada a informação recebida, após a sua
anotação.
- Garantir a existência de procedimentos internos na Instituição que orientem a transferência e alta do doente.
Os dados referidos no despacho são extensos e não os irei
aqui reproduzir pelo que recomendo a sua leitura atenta (podes aceder ao
documento AQUI)
- Realizar acções de
sensibilização e de informação aos doentes, por exemplo, através da
distribuição de folhetos informativos ou a passagem de vídeos nas salas de
espera com informação sobre as temáticas sugeridas (prevenção e controlo da infecção, da resistência aos antibióticos, uso seguro da medicação e consentimento
informado).
Estas são as sugestões.
E na tua instituição que acções ou estratégias são implementadas
para aumentar a segurança da comunicação?
Partilha connosco as tuas ideias, comentários e sugestões.
Fernando Barroso
UM DIA SERÁS
TU O DOENTE!
#umdiaserastuodoente