O
Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistências aos
Antimicrobianos alia-se ao European
Centre for Disease Prevention (ECDC) e à Organização Mundial de Saúde (OMS)
e lança Novembro como o mês do antibiótico.
É tempo de assumir que as infeções
associadas aos cuidados de saúde e o aumento da resistência dos microrganismos
aos antimicrobianos são um grave e crescente problema de saúde pública a nível mundial,
que não deve ser ignorado face às implicações que acarreta para os utentes e
para as organizações de saúde, nomeadamente o aumento da morbilidade e
mortalidade, prolongamento do tempo de internamento e aumento dos custos em
saúde.
Segundo
dados de um estudo realizado pela Organization
for Economic Cooperation and Development (OCDE) e divulgado no presente mês
cerca de 2,47 milhões de pessoas poderão morrer na Europa, América do Norte e
Austrália entre 2015-2050 devido a infeções causadas por bactérias
multirresistentes. Países como Itália, Grécia e Portugal lideram a lista dos
países da OCDE com maior taxa de mortalidade prevista associada à resistência
antimicrobiana e coloca-os numa situação alarmante no que diz respeito ao
número de anos de vida perdidos ajustados pela incapacidade (DALYs). Politicas
para promover a higienização das mãos, limpeza ambiental e programas de redução
da prescrição de antibióticos permitiria salvar between 35,000 to 38,000 lives per year
across the 33 countries included 35.000 a 38.000 vidas por ano nos 33
países incluídos no estudo.
Para
um maior conhecimento acerca dos padrões de resistência referente a Portugal
encontra-se publicado o relatório do ECDC - European
Antimicrobial Resistance Surveillance Network (EARS-Net), onde se destaca o crescimento
de resistência das enterobacteriáceas aos carbapenemes e uma diminuição de
Staphylococcus aureus resistente à meticila (MRSA).
Neste
sentido, importa combater a resistência aos antimicrobianos, adotando uma
estratégia “One Health, que engloba a
promoção do uso racional de antibióticos na saúde humana, na produção
agrícola e pecuária e no meio ambiente.
A
Comissão Nacional de Farmácia e Terapêutica vem emitir um conjunto de
orientações sobre antibioterapia propondo uma “classificação
dos anti-infeciosos” em função da sua utilização – profilaxia cirúrgica,
regular ou condicionada – e uma atenção particular à evolução de consumos de carbapenemos
e quinolonas.
Torna-se
crucial a partilha de informação junto dos profissionais de saúde e dos
cidadãos, envolvendo todos nesta responsabilidade, que deve ser partilhada, no
combate à prevenção de resistência aos antimicrobianos. Programas de apoio à
prescrição antibiótica, campanhas de sensibilização dirigidas à população, bem
como a dinamização de momentos formativos nas diversas equipas são evidência de
recursos que devem ser implementados nas organizações de saúde.
Felisbela Barroso
Verónica Florêncio
Enfermeiras do Grupo Coordenador Local de
Controlo de Infeção e Prevenção de Resistências aos Antimicrobianos do Centro
Hospitalar de Setúbal
UM DIA SERÁS TU O DOENTE!
#umdiaserastuodoente