Apesar do desenvolvimento científico, continuamos a ter nos
nossos serviços ampolas de vidro com medicação que devem ser partidas para que
seja possível aspirar o seu conteúdo para uma seringa e posteriormente
administrado o medicamento ao doente.
Algo que parece muito simples, esconde riscos para o doente
que não podem ser negligenciados.
No artigo - Ampolas de Vidro: Riscos e Benefícios – Revista Brasileira de Anestesiologia Vol.
61, No 4, Julho-Agosto, 2011, os seus autores escrevem:
“No ato da abertura de
alguns tipos de ampolas, é comum haver contaminação do conteúdo por partículas
de vidro. Há muito esse fato vem sendo observado e relatado dentro da
comunidade científica. Esses pequenos fragmentos de vidro podem ser injectados
através de várias vias de administração. O anestesista poderá administrar
essas partículas tanto no intravascular como através dos espaços peridural e subaracnoídeo.
As partículas de vidro podem ainda carregar alguns tipos de metais utilizados na
sua fabricação”
Foi exactamente este fenómeno que nos foi transmitido recentemente
através de um relato de incidente clínico. O profissional (enfermeiro) escreveu:
“Durante a preparação de uma
ampola de hidrocortisona constatámos que existiam resíduos de tinta (vermelha)
proveniente da ampola.
Verificamos que ao partir
ampola, por vezes, esta tinta "estala" e cai para o interior da
ampola.”