sábado, 9 de dezembro de 2017

Quais os 10 Principais Riscos relacionados com a Tecnologia na Saúde para 2018 | SD275

À medida que a tecnologia se torna mais avançada, também surgem mais perigos e riscos potenciais.

É com base nesta premissa que o Emergency Care Research Institute – ECRI revelou os 10 Principais Riscos relacionados com a Tecnologia na Saúde para 2018.

Para criar esta lista anual, a equipa de especialistas da ECRI sugere tópicos para consideração. De seguida um painel de peritos, estratifica-os com base nos seguintes critérios:
  • Gravidade. Qual a probabilidade de o perigo causar ferimentos graves ou a morte?
  • Frequência. Quão provável é o perigo? Isso ocorre com frequência?
  • Abrangência. Se o risco ocorrer, as suas consequências podem afetar um grande número de pessoas, dentro de uma instituição ou em várias instituições?
  • Insidiosa. O problema é difícil de reconhecer? O problema poderia levar a uma cascata de erros a jusante antes de ser identificado ou corrigido?
  • Perfil. O perigo é suscetível de receber publicidade significativa? Foi relatado nos média, e um hospital afetado provavelmente receberá atenção negativa? O risco tornou-se um foco de órgãos reguladores ou agências de acreditação?
  • Prevenção. Podem ser tomadas ações agora para evitar o problema ou pelo menos minimizar os riscos? O aumento da consciencialização sobre o risco ajudará a reduzir futuras ocorrências?
Todos os tópicos seleccionados para a lista são, até certo ponto, evitáveis.

No topo da lista para 2018 está o pedido de “resgate” (ransomware) e outras ameaças à segurança on-line.

"Num ambiente de saúde, um ciberataque pode afetar significativamente a prestação de cuidados de saúde, tornando inutilizáveis os sistemas informáticos, impedindo o acesso aos registros de dados do doente e afetando a funcionalidade de dispositivos médicos em rede", observa o relatório da ECRI.

Os problemas de segurança informática podem prejudicar o fornecimento de consumíveis, causar o cancelamento de procedimentos, expor informações privadas e colocar a segurança dos doentes em risco.

E apesar dos esforços contínuos, o tema continua a ser problemático. A 15-05-2017 a ACSS emitia um comunicado que começava assim: “Como é do conhecimento geral, está a decorrer um ciberataque sem precedentes na história. A apreciação dos factos disponíveis leva à necessidade de medidas cautelares adicionais.”

Os outros nove perigos na lista incluem:

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

INFEÇÕES URINÁRIAS RELACIONADAS COM CATETER VESICAL | Desafios à implementação da norma da DGS | SD274

INFEÇÕES URINÁRIAS RELACIONADAS COM CATETER VESICAL
Desafios à implementação da norma da DGS

Resumo da apresentação nas II Jornadas da Qualidade e Segurança do Doente, decorridas no IPO de Coimbra, a 10 de novembro de 2017.
Autor: Filipe Santos | Enfermeiro – GCL-PPCIRA |Pós-graduado em Gestão de Unidades de Cuidados | Mestrando em Enfermagem

As infeções associadas aos cuidados de saúde (IACS) têm uma taxa de prevalência de 10,5%, quase o dobro da verificada na União Europeia (UE). A taxa de incidência verificada na UE é de 6,1%. As infeções custam a cada cidadão da UE cerca de 3000€/ano.

As principais localizações das IACS, consoante a bibliografia pesquisada, são as vias respiratórias e as vias urinárias.

Os microrganismos mais frequentemente isolados são Staphylococcus áureos resistentes à meticilina (nas vias respiratórias) e Escherichia coli, Staphylococcus saprophyticus, Proteus sp., Klebesiella sp. e Enterococcus faecalis (nas vias urinárias).

A problemática das IACS é silenciosa e desvalorizada. Para se ter uma ideia, em Portugal, por ano, morre-se 7,2 vezes mais de IACS do que de acidentes de viação. Contas feitas, morrem diariamente 12,6 doentes devido a IACS.

A resistência aos antimicrobianos tem sido uma preocupação crescente. Acredita-se que se não forem encontrados novos antibióticos podem morrer anualmente 390000 pessoas em 2050 só na UE. Estimativas apontam para que 10000000 de pessoas em todo o mundo possam morrer devido à resistência aos antimicrobianos em 2050.

A prescrição de antibióticos perante bacteriúria assintomática não deve acontecer. Se a bacteriúria for sintomática deve ser tratada com antibiótico de baixo espectro, baseado no cultura da urina e no perfil de sensibilidade.

As infeções urinárias (IU) são das mais frequentes e aumentam em 2,4 dias o internamento de doentes cirúrgicos. 17% das bacteriemias nosocomiais são de fonte urinária e têm uma mortalidade associada de 10%. No entanto, as IU têm baixa morbilidade comparativamente a outra IACS.

De todas as IU, entre 70% a 80% são devidas à presença de cateter vesical (CV).