Estamos
habituados a executar o nosso trabalho de uma determinada forma. Possuímos
procedimentos e normas de orientação pensados para responder "a todas as
situações".
Mas
funcionam corretamente?
A
verdade é que muitas vezes não sabemos responder a esta questão.
Auditar
é uma ferramenta válida, mas ao fazê-lo necessitamos de conhecer
antecipadamente qual é o padrão de comparação e possuir uma ferramenta de
registo válida (uma checklist de auditoria por exemplo).
Mas
existe outra ferramenta. A observação não estruturada.
Observar
os cuidados, enquanto elemento externo e não interventivo, constitui uma fonte
de informação que é sobrestimada.
Observar
de forma critica a prática de cuidados permite identificar falhas latentes do
sistema de trabalho. Acompanhar o percurso do doente permite observar os
momentos de transição (passagem de informação) tão críticos para a qualidade
dos cuidados.
Quais
as vantagens e princípios básicos a respeitar numa observação?
•
Obter
autorização prévia dos responsáveis no Serviço.
•
Reservar
tempo suficiente à tarefa. Em 15 minutos as oportunidades são certamente
poucas.
•
Devemos
conhecer e compreender bem os cuidados que estamos a observar para podermos ser
críticos da ação.
•
Quem
observa deve ser um elemento “neutro” para a equipa (nem superior nem
subordinado).
•
Devemos
registar livremente e sem interferir tudo o que está a ser executado, como está
a ser executado, e quais as oportunidades de melhoria identificadas.
•
Devemos
respeitar a confidencialidade de todos os envolvidos (profissionais e doentes).
•
Devemos
elaborar um relatório com as observações efetuadas, sugerindo medidas
corretivas.
•
Devemos
disponibilizar explicações adicionais sobre o relatório se solicitado.
O desafio maior
recairá depois na utilização da informação.
O objetivo é melhorar
sem recriminar.
Fernando Fausto M. Barroso