sábado, 18 de janeiro de 2020

O que ocorre quando não comunicamos? Menos Segurança do Doente | (#SD374)

Apesar de toda a evolução, do conhecimento e da tecnologia, ainda não aprendemos a comunicar uns com os outros e isso influência negativamente a segurança do doente.

Um sistema de notificação de incidentes é uma ferramenta poderosa. Com um sistema deste tipo podemos facilmente identificar riscos para a Segurança do doente, dos profissionais e da Instituição e com isso antecipar medidas correctivas ou preventivas

Para que o sistema funcione necessitamos, entre outras coisa, de um profissional (ou vários)  que saiba interpretar correctamente toda a informação que lhe é enviada através do sistema de notificação - Gestor de Risco Clínico.

Cada incidente representa uma oportunidade para obter novos dados, para confirmar o conhecimento existente e para nos mostrar o caminho para novas medidas preventivas.

Mas com cada notificação chega um desafio - a informação recebida está correcta? 
A resposta (normalmente) é não.

O mais comum é que a notificação de um incidente tenha em conta apenas o ponto de vista de quem notifica, esquecendo facilmente aquelas que podem ser as dificuldades "do outro lado" da história.

Aquilo que pode parecer um incidente claro de segurança do doente, pode na realidade ser a atitude mais correcta que o profissional (envolvido no incidente) poderia ter tomado. Pode não ter conseguido fazer tudo correctamente, mas na sua essência, estar correcto.

Para o Gestor de Risco o desafio é, em cada incidente recebido, fazer o exercício de raciocínio de nos colocarmos no lugar "do outro" e pedir sempre a opinião da outra parte. Será dessa confrontação e do conhecimento como perito em análise de incidentes que a melhor solução poderá surgir.

Outro aspecto importante, e sempre descurado, é que o profissional que efectua a notificação do incidente quando este incidente envolve outras partes, raramente teve o cuidado de fazer o mesmo raciocínio ou sequer falou com a outra parte. Chama-se a isto "comunicar".
É assim que o texto descritivo de um incidente acaba por ser escrito carregado de informações incompletas ou mesmo incorrectas, quando um simples telefonema poderia ter clarificado o problema.

Resta aos Gestores de Risco Clínico o discernimento e clareza de raciocínio para que não tomem parte sem um cabal esclarecimento dos factores contribuintes de um incidente.
Fernando Barroso

UM DIA SERÁS TU O DOENTE!

#segurancadodoente

1 comentário:

  1. Olá
    E como é difícil passar a mensagem da importância da versão «da outra parte»....
    Cumprs
    Augusto

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