segunda-feira, 6 de abril de 2015

“Incidente” Clínico no H.S. João resulta em indeminização de 222 mil euros a Doente

Numa notícia do “Jornal de Noticias” de 03 de Abril de 2015, vem descrito um “incidente”, ocorrido no ano 2000, que resultou em dado grave e permanente a um doente.
Durante uma cirurgia, a médica que operava o doente “não procedeu à referenciação ou isolamento do nervo cubital, o qual foi seccionado no decurso da intervenção”.

Com a leitura da notícia ficamos também a saber que “o tribunal deu como provado que o ortopedista mais graduado da equipa que operou o doente “não orientou” a médica, que ainda estava em formação, “no sentido de proceder à referenciação ou isolamento do nervo cubital do doente”.

Certamente muita informação ficou por escrever nesta curta notícia (que pode ler na integra aqui), mas uma coisa é certa - Ocorreu um incidente grave (um evento adverso) do qual resultou um dano permanente para um jovem (na altura com 28 anos), que o vai impedir de ter uma vida normal para o resto da sua vida.

E que lições podemos retirar deste incidente?

A notícia uma vez mais não esclarece. Mas podemos fazer aqui o exercício académico de tentar sugerir um caminho para obter essa tão necessária aprendizagem para que incidentes futuros semelhantes não se repitam. Assim, sugerimos:
  • Revelação (disclosure) dos contornos do incidente ao doente/família.
  • Explicar o que aconteceu, como, qual a sequência de eventos e factores contribuintes deste incidente.
  • O que será feito para “reparar/compensar o doente” pelo dano
  • Que medidas estão a ser implementadas para que o mesmo incidente não se repita.
  • Revisão das práticas de formação utilizadas.
Fica ainda outra constatação. Os hospitais começam a ser verdadeiramente responsabilizados pelas práticas dos seus profissionais.

E se um dia um doente infectado num hospital coloca um processo a um hospital e ganha?
Já não falta muito...
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1 comentário:

  1. Olá
    Não tenho dúvidas que um dia, o Sistema de Saúde em Portugal, será uma importante fonte de rendimentos para Advogados e para as vítimas.
    Urge caminhar para que se inverta essa tendência.
    Cumprs
    Augusto

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