sábado, 16 de agosto de 2014

Higiene das Mãos ou Limpeza Ambiental: O que é mais eficaz?

Embora tanto a higiene adequada das mãos como a limpeza do ambiente sejam essenciais para as estratégias de prevenção da infecção nos serviços de saúde, avaliar o efeito de cada uma das estratégias é importante para que os hospitais e outras instituições prestadoras de cuidados poderem alocar recursos convenientemente.

Um estudo recentemente publicado “Preventing the transmission of multidrug-resistantorganisms: modeling the relative importance of hand hygiene and environmentalcleaning interventions.” afirma que "são necessários esforços e recursos significativos para melhorar a aderência em qualquer uma destas áreas,". "Quando as instalações de saúde estão a investir os seus recursos limitados nas estratégias de prevenção da infecção, seria útil saber qual a estratégia que é provável que tenha o maior impacto na prevenção da transmissão."
Para encontrar a resposta, os investigadores desenvolveram um modelo de transmissão da infecção através das mãos dos profissionais de saúde colonizados e dos quartos com uma limpeza incompleta numa Unidade de Cuidados Intensivos (UCI). Enfermeiros e médicos tinham níveis de adesão à higienização das mãos distintas. Os investigadores simularam 175 cenários e compararam os efeitos da mudança da taxa de higiene das mãos e da taxa de limpeza ambiental sobre a transmissão de Acinetobacter baumannii, Staphylococcus aureus methicillin-resistant e enterococos resistentes à vancomicina.

Eles descobriram que aumentar a adesão à higienização das mãos superava os aumentos iguais na perfeição da limpeza dos quartos - um aumento de 10% na conformidade da higiene das mãos e um aumento de 20% na limpeza rigorosa dos quartos teve o mesmo efeito sobre a redução da transmissão dos organismos.

Assim, aumentar a taxa de cumprimento da higiene das mãos deve ser importante para as instalações com taxas atuais de conformidade baixa. No entanto, "a limpeza do meio ambiente pode ter um benefício significativo para os hospitais ou unidades individuais que têm níveis de conformidade para a higiene das mãos alta ou uma taxa baixa no rigor de limpeza."
A tudo isto não é certamente alheia a nova campanha do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos – A Campanhadas Precauções Básicas de Controlo de Infeção - CPBCI  lançada a 5 de Maio de 2014, integra o módulo da Higiene das Mãos que já está em curso desde 2009, ao qual se irão sendo acrescentados os outros componentes das Precauções Básicas. Estão previstos para 2014 e 2015, a abordagem a dois componentes: o Uso de Luvas e a Higiene e controlo ambiental. Em 2015 e posteriormente, irão sendo integrados os restantes componentes.
Fernando Fausto M. Barroso

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